" Não! Não pense na luz! Nada murmure. Deixa-me aqui onde estou. A luz é demasiadamente fria, as sombras são mornas e tem cheiro de vinho. Não a machuco donzela! Apenas guardo-te um amor imperecível, destes que se estendem pelos verões mais escassos onde o calor consome as forças dos trabalhadores do campo. Ah! O campo! Lembra-te do campo? O canto das mulheres como um gorjeio de aves volvendo aos ninhos fartas, após mais um dia pelos céus. Lamento, não me recordo da cor dos céus...
Ainda na minha mente aquelas vozes cantam, e as componesas colhem seus frutos, alegres. Os vibratos ainda ecoam na minha cabeça.
Vem, dá-me tua mão!
Não tenha medo querida! Nada temas deste demônio que sorve das sombras a vida. Não abra vossos olhos! Tuas pedras negras me ofuscam.
Toca-me! Como a brisa beijando os pântanos... Vê como sou gélido, mas com teu toque ganho mais vida. É o amor que te dedico. Como no meu peito tão vazio, deserto, sórdido... Pode ainda haver tão formosa flor velando a beleza desse amor? Tua imagem de deusa... Deusa deste meu inferno de morte, misérias e sangue... Meus campos são cemitérios, meus rios são de sangue, minhas estrelas ameaçam cair do arco celeste... Mas tu! Na sua doçura e sensualidade ainda que angélica, salva-me deste martírio. Amo-te com desespero e agonia.Perco a lucidez! Sou a sombra por trás da porta, teu medo, tua tristeza, teu pesar, o uivo tristonho que ecoa na madrugada, sou tua paixão pelo obscuro e o nefasto. Eternamente devoto e dependente.
Pra sempre seu. "
"Amo-te com desespero e agonia."
ResponderExcluirEu sei exatamente o que é isso.
Enfim,adorei o blog,seu mansão é demasiadamente confortadora para corações obscuros e carentes;Parabéns!
Passe lá no meu blog,sempre terá textos também!
Beijos.
Estou seguindo!
Obrigada por comentar querida!
ResponderExcluirJá estou seguindo... belo blog! :)