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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Exílio

Minha prisão é de carne!
De sangue, pele e ossos
Um amontoado de células ordenadas
Neurônios e hormônios que agem por mim

Uma jaula obedecendo o padrão
E mesmo assim, não é bela!
Porque deve o cárcere do homem ser formoso?
Se ele o impede de voar!

E se eu pudesse desfaze-lo?
Dizer aos tecidos: Desfaçam-se como cinzas!
Alguém lembraria de mim?
Sou bonita o suficiente para existir?

Minha gaiola humanóide não me cabe!
A vastidão do céu azul é mais convidativa
Que compartilhar algum décimo da eternidade
Com prisioneiros débeis e tristemente corrompidos.

Tanto dura meu exílio!
Nas tardes quentes deste verão
Despenca o sol no horizonte
E sinto-me igualmente caindo, sumindo!

Delicada demais para que me sintam
Infeliz demais para sorrir novamente
Diferente... Como ninguém nunca foi.
Condenável, solitária e presa...

by: Katrina De Salem

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