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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Eu conheço todos os meus medos


Eu conheço todos os meus medos.
Dei um nome e um rosto á cada um deles.
Eles me carregam gentis até um abismo qualquer
Uma vez lá, tudo que preciso é coragem para pular.

Eu conheço todas as minhas misérias
E dei um nome para cada uma.
Elas me levam pela mão até um lago de fogo
Tudo que preciso fazer, é deixar queimar até não restar nada de mim.

No final, esta sempre fui eu... Dominada por medos
É preciso coragem para o fim.

Coragem para enforcamentos ,saltos e lâminas.
Uma coragem desmedida envenenada e enlouquecida
Que se esvai num suspiro de agonia 

Por: Katrina De Salem

A voz

Sua voz vindo tão profundamente em minha alma
Um chamado nos  meus sonhos de infância
Guiando-me a uma floresta encantada
Onde o amor espera de mão estendida
Aquele lugar que me escondo sempre que durmo
Seguindo o rastro de luz que me deixas na escuridão
Eu fecho meus olhos e ouço o vento chicoteando 
Está lá sempre que procuro
Sua voz macia me tirando do chão
Voar… Posso voar quando escuto sua voz

Por: Katrina De Salem

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nada Absoluto


A brisa já não se move
Morta jaz com o som
O Silêncio cadáver da voz
Mortalmente posto sobre nós

As estrelas congeladas no céu
Brilham mais do que deviam
Encandeiam nossos olhos
Tiram-nos a razão

Este laço marcando a fogo
Dilacerando a consciência
Mente debatendo-se iludida
Em um mundo que já não gira

Um momento que rezamos
Aquele que nos prometemos
Vida e morte servas criadas
De nossos caprichos de paixão

Os cosmos ali cessaram
Dos astros tudo morreu
E na cama de luz galáctica
Sobrou nossos sonhos desnudos

Do tudo o nada absoluto
Apenas o palpitar do coração
A volitação da alma nos elísios
Um último suspiro sem razão...


by: Katrina De Salem 

Prisão



Fortaleza de gelo
Império implacável
Farol alí irredutível
Lutando contra o mundo
Protegendo um coração
Dos toques da ilusão

Sob o astro de fogo
Perece assim tão sublime
Da muralha ao nada
Da armadura a pele nua
Carne intocada
Cruelmente massacrada

Deixai! Deixai que o sol queime
Que destrua a prisão
Torne o âmago pó
Libertai da dor
O que já jazia ali morto
Sob o manto do fascínio

by: Katrina De Salem

Sobre mim



Estrelas caem ou é a chuva?
Na abóbada escurecida  gotejando
Luzes ou lágrimas divinas
Os anjos acima sussurram
Mas meus demônios aqui vociferam
Os amores sempre morrem
No final das estações
Como morreram os sonhos
Fragilizados pelo chão
Um beijo vermelho na testa
De cada um que deixei fenecer
Eu irei deixá-lo antes de te ferir
Meu coração é da noite
Como flor noturna orvalhada
Abre-se nas sombras e recusa a luz
Ou a luz recusa-me incessante?
Morrerei  aqui com meus medos
Vagando na escuridão de pesadelos
Uma hipnoze de terror
Que nunca me libertei
A morte quebrando a maldição
De um anjo de asas falhas
Mentiras e lágrimas, decepções
Como fundo de um quadro tristonho
Um sorriso cheio de tristeza
Um Adeus com cheiro de tragédia. 

By: Katrina de Salem

Estrela




Estrelas pequeninas que cintilam
No céu gelado de junho
Amigas confidentes que guardo
Diamantes cósmicos que ostento
Beijam-me sutil vossas luzes
Minúsculas luzes luzindo no infinito
Tantas! Confudem-me o coração
Diz a razão: Não pode tocá-las!
Mas a alma com elas levita
Um barco entre elas
Navegante estelar!
Zarpando de sirius a orion
Em meio de estrelas por certo
Um beijo eu deixo a ele
Que as olha com tanta paixão
Partindo com elas eu vou
Co’a aurora apago-me também
Noutra noite lá estarei 
Estrela pequena que cintila no céu

By: Katrina De Salem

Estrada de Estrelas


Estrada de estrelas
Degraus de cristais
Cintilantes caminhos
Guiando pra casa

Estranho silêncio
Silêncio estelar
Milênios e séculos
Perdidos no espaço

Dança de galáxias
Encontro de mundos
Morte de estrelas
Nascer de um sonho

O sonho de retornar
Voltar pra casa
Estar entre os iguais
Partilhar do mesmo coração

by: Katrina De Salem

Caminhos



Estrada com sublimado tapete de névoa
Sem faróis que a iluminem
Eis o convite daquele que vaga
Andarei pois todo o inverno!

Na carruagem veloz que rasga o vento
Dormita o coração que almejo
Corria livre e selvagem nos campos
E agora moribundo agoura a morte

Em caminhos distantes ele sonha
Sendo livre para o amor como jamais fora
Mudando as páginas do destino
Escrevendo “Glória” em todas elas

Desperta criança tristonha!
Estendo-te a mão bem mais simples que vós
Larga a morte e o sono indolor
Caminha comigo na valsa da vida

Co’a batida ligeira do coração
Um compasso fagueiro para dançar
Esgueirar-se na chuva, Brindar ao sol
Viver mais e morrer menos

Quando o medo assaltar-lhe a alma
E as muitas curvas da estrada lhe assombrarem
Lembra-te que além é primavera
E o inverno que aqui jaz lá já se foi

by:Katrina De Salem

Convites




Na noite de trevas dançantes
Algo fulgurou mais que a lua
Erguida impassiva na palidez
Sob os olhos d’algum lobo
Um violino afoito chorava
Num quarto de luz umbralina
As notas fulgazes fugiam
Rodopiando pela estrada vazia
Ouvidos latentes, olhos dormentes
Ninguém o ouvia
Senhora soturna ouviu
E co’as sombras veio dançar
Na chama do candelabro
Tatuada na parede moveu-se
Dama hostil de olhos ardentes
Convidando-o para valsar
O arco não perdeu a vida
As cordas não emudeceram
A morte frustrada partiu
Levou um manto escuro
Desfiando a madrugada

By: Katrina De Salem

Tristeza


Tristeza não é um nome
É um rosto que fito desolada
Em busca de cicatrizes
Que me dizem quem eu sou

Tristeza não é um nome
É o que carrego em minhas entranhas
Tão habilmente escondido
Velada sob o manto do sorriso

Tristeza não é um nome
É abismo pra rastejar
Um inferno pessoal e intransferível
A ferida que batiza

Tristeza não é um nome
É o veneno que eu sorvo
Me matando vagarosa
O rastejar de uma negra serpente

Tristeza não é um nome
É meu rosto e minha alma
Minha obscura identidade
Meu sobrenome e irmandade.

Tristeza é alegria avessa
Pintada em negro e sarcástica
A boêmia que se ri
De tudo que se quebra em mim 

by: Katrina De Salem

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Máculas de Anjo



Os olhos dele eram mais do que eu poderia ver
Abismos azuis, profundos onde caí em queda livre
Não toquei o chão, mas pensei em voar
Livre em direção a um abraço mortal

Tua alma tão límpida das máculas mortais
Coroada com pétalas brancas reluzentes
Um anjo com a face tão taciturna
Olhos de oceano que eu quis me afogar

Teu toque divino, rosto angélico
Um coração demoníaco que jaz tão humano
Tingiu-te as pétalas brancas de outrora
No vermelho sangue mais vivo… Quente. 

by: Katrina De Salem

Valsa




Mãos dadas sob a luz do luar
Aquela mesma bela canção
Portes de mistério
Valsa de amantes
Véu de estrelas do infinito
Adocicado cheiro de Amor


Piano afrodisíaco, pianíssimo!
Allegro incandescente, Molto Allegro!
Rodopiam como anjos
Aqueles amantes audaciosos
No meio da noturna fantasia
Entre atmosfera d’outros tempos


Majestades desencontradas
Coroadas com flores de jardim
Altezas em baile real
Flutuando em valsa no quintal
Lua regente, vento soprano.
Estrelas bailarinas


Ao rei e a rainha
Um brinde feito de orvalho
Para que o romance seja eterno
Como eterna é a majestade
E os sonhos vindouros
Sonetos, Valsas, Serenatas.


Que não se emudeçam os violinos
Que a cadenza seja, pois, apaixonada!
Aos ouvidos de vossas graças
Esquecidas das horas
De pés leves, de olhos enamorados.
De lábios unidos, mãos apertadas.

By: Katrina De Salem e Victor D.T.

Sempre



Tão frio ele jaz, permeia a escuridão
Perfura teias, véus e lençóis
Esgueirando-se na noite aguda
Alcança-me sempre voraz

A fera louca que me devora
Sem dó rasga-me em pedaços
Nada resta nas suas garras
Farrapos em suas vis presas

Louca prisioneira conduzida
Aos pés de alguma guilhotina
Debatendo-se inútilmente
Como ave selvagem cativa

Queria afinal voar livre
Escapar do monstro que me sorve
Impiedoso e ardiloso
Sempre que olho as estrelas.

by: Katrina De Salem

Vazia


Vazia
Um uivo de zéfiro dançando
Dentro de meu coração
Um eco que se repete
Sempre que buscam amor
Vazia

A rainha de gelo na sacada
Imaginando como é amar
Finge que sim, mas sabe que não
Ela sempre será assim
Vazia

Amor são flores,perfumes e cores
Sair do chão sem ter asas
Borboletas de multi cores
Sorrisos, ‘Eu te amo’, ‘Para sempre’.
Vazia

Em meu inverno alvo e quieto
Meu coração é um túmulo
Abriga cadáveres de amores
Um luto, um mortuário, uma cova.
Vazia

Flores para o meu luto, perfumes
Negro véu para a viúva virgem
Corvos e um novo agouro
Lágrimas,’Nunca te amei’, ‘Adeus’
Vazia

Da sacada vi o mundo falso cair
Os amores ruíram com ele
E meu palácio glacial não fenece
Nele guardo-me dos sentimentos
Vazia

A Rainha do gelo na sacada
Sem príncipes ou valsas
Eles não me encantam, não me tocam
Sempre glacial,do inverno, do inferno e…
Vazia.

By: Katrina De Salem

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Todos só querem ser salvos



Todas as suas lembranças, seus medos
O passado levantando da tumba
Pra te assombrar e perseguir
E o amor só existe quando te salvo
Pois todos querem ser salvos…
Debaixo das minhas asas
Fugindo da escuridão
As minhas asas quebradas
A minha própria escuridão
Um titã feito de areia
Desabando na beira do mar
Seu amor comigo fenecendo
Quando eu não puder mais me levantar
Tão mais fraca que você
A salvadora não acordará
E quando o brilho me deixar
Seu amor com ele irá partir
Pois todos querem ser salvos…
Todos só querem ser salvos…
Quem salvará os salvadores?
Uma cruz e um altar
Preces elevadas ao céu
Navalhas e mentiras para me cortar
A salvadora pedindo a um salvador
Perguntei ali aos pés dele:
Todos só querem ser salvos?
No apocalipse das almas
Há tanta hipocrisia e mentira
Eles adoecem na própria lama
E clamam pelo amor de um salvador
Amam os fortes,Tão mais fortes que eles
Amam a força dos fortes
Amam ser salvos, amam a salvação
Mas quando o forte ruir
O deixarão morrer sozinho
“As mais brilhantes estrelas morrem”
Mas não precisam morrer sozinhas…
E todos só querem ser salvos
Mas nenhum  salvo me salvou
Quando seu amor tocar-me sublime
Chamando-me de salvadora
Saberei que nunca amou-me
Ama apenas o que represento
O seu "Jesus" Pessoal
Quando não mais isso significar
Irá como todos os outros partir, me deixar
Procurando outro salvador
Pois todos só querem ser salvos….

By: Katrina De Salem

quinta-feira, 28 de junho de 2012

terça-feira, 5 de junho de 2012

Morto


Ele já não sentia
Morto vestindo carne
Carne que não é dele
Invólucro violado

Olhar austero
Na nívea face
Palavras quebradas
Engolidas a seco

Imóvel morto vivo
Cadáver audacioso
Pulso que vibra
Coração que não ama

Eu não o deixei
Amei-o tão visceral
Inefável garoto
Anjo marmóreo

Mesmo a alma indolente
Tinha ali comigo
Latente no inverno
Morto... Mas não tão morto.

 by:Miss Katrina De Salem

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Lembranças



Lembranças... Do Sonho, o último!
A queda dos olhos diante do cenário
Contaminado pelo sofrimento
A brutal sensação de medo
Os fantasmas que nos rodeiam
Seus rostos translúcidos
Somente são desejos insaciados


O desejo louco de beber
Uma dose de lua clara
Degustar doces estrelas
Das escuras madrugadas de julho
O Gosto dos lábios proibidos
Ansiados antes do último Adeus
A inquietante busca, a resposta q não veio


O último outono tão frio e fresco
Precede o inverno mais intenso e branco
Lembranças... Do medo
De quando o chão sai dos seus pés
E o corpo experimenta seu vôo mais alto
O toque da pele, som de correnteza.


Castelos caindo por terra por dentro
Abraçados por um ardente por do sol
O mais sangrento de todos!
Aterrorizante espetáculo
A tão esperada luta
Lembranças... De ruas vazias, desertas.
Afundadas em solidão que dorme


Um demônio pronto pra sair
Solidão estendendo gentil a mão
Para que caiamos novamente
No perturbador som do nada
Lembranças... Do grito de quem atravessa os mundos
Triste hora! A de deixar tudo para trás


A mais inocente fantasia
Incapaz de viver para sempre!
Mas amada mesmo depois de morta
A dor, intensa e passageira.
A que sempre me atormenta
A cada minuto de uma existência inútil
Mas o fardo é só meu...


Lembrança da mais agradável brisa
Do perfume mais inebriante
Das flores mais exuberantes da manhã
Um barco que zarpe pra terra dos sonhos
O último barco!
Que deixei de tomar Por medo de lembranças...

BY: Ely & Katrina De Salem

Pedidos


Toca-me!
Suave como seda
Como a luz da lua
Faísca de estrela


Cerra os olhos
Sente o palpitar
De quando estás comigo
Corrida desenfreada


Dance!
Vestido de sombras
Patinando no ar
Anjo caído


Sentimento intenso
Voar sobre oceanos
Queda livre entre nuvens
Por do sol no Saara.

Decifra-me!
Rasgando-me com teus olhos
Lendo minha alma em mistério
Beija-me com amor


Siga-me!
Na trilha da floresta
Entre elfos, entre magia
Onde sonhos são reais.


Entrega-te!
A canção que escutas
Falando-te de um romance
Puro e níveo como neve


Sussurra-me!
Teus segredos obscuros
Teus sonhos mais estranhos
Dorme em meu colo


Ama-me!
Como trovador ama os versos
Com a suave dor da paixão
Liberdade e pureza do amor

By: Katrina De Salem

I have to go...


Cortou-me o peito
Deixar-lhe em lágrimas
Tão frias, tão cristalinas
Ofuscando o que via
Toda sua beleza
Morrendo aos poucos


Olhos tristes me diziam
Que havia amor
Lábios trêmulos me beijavam
Pois ainda havia amor
No coração solitário
Que carrego comigo


Na quietude noturna
A silhueta triste na janela
Esperando-me surgir
Dizer que voltei
“Boa noite, sonhe comigo”
Um beijo, uma despedida


As gotas de sangue
Pintadas de negro nas sombras
Arderam-me quando caíram
Ele sangrou, eu sangrei
Morri devagar
Mas não poderia ficar!



Tudo que conhecia
Sumiu bruscamente
Só haveria uma estrada
Guiando-me pra longe
No meio de estrelas
Distantes galáxias!


Esqueceria de ti
Do azul do teu céu
Dos olhos escuros que tens
Sensação de nostalgia
De algo que deixei
Que só recordarei em sonhos.


By: Katrina De Salem

terça-feira, 13 de março de 2012

Lamento



Oh querido! Tu caíste sem mim...

Ninguém acreditou nas suas lágrimas

Eles não o deixaram ser livre

Não viram o que vi, o que vejo em ti


As sombras deram-lhe o abraço mortal

Beijaram-te como nunca fiz

E tu caíste na escuridão eterna

Sem sonhar com o romper da noite


Nossos sonhos tornaram-se pó

Tua fraqueza sem mim foi tua inimiga

Tão perdido! Solitário, algoz e vítima.

De novo tu caíste! E não pude te amparar.


O vírus letal do ódio te tomou

Roubou de mim os teus sonhos

Tirou de nós nossos beijos

Tornou a noite mais negra


A adaga que tens em teu peito

Também é cravada no meu

As lágrimas que derramou

Caíram ácidas sobre mim


O que tu deixou intacto de nós?

Que parte a escuridão velou?

Anjo de asas ensangüentadas

Preferiu as sombras...


by:Katrina De Salem

Olhares



Ele me viu!

Com seus olhos de adaga

Rasgou o véu de mistério

Viu-me como nunca ninguém viu


Olhou-se por dentro

Sorriu-me um sorriso de caçador

Mostrei-me a ele

Cada parte de meu ser, ele viu


Éramos iguais

Nossa nudez era semelhante

E juntos éramos o mesmo organismo

Respirávamos juntos


Almas nuas e juntas

Seres de mesma espécie

Filhos da mesma pátria

Donos dos mesmos tesouros.


Todos os medos revelados

Sonhos, anseios, saudades

Tudo ele enxergou e não temeu

Sorriu e disse: Somos iguais.


by:Katrina De Salem

Verso único - Canto da Sereia






Das escuras águas do mar

que balançam sob a luz morna

e toda prata da lua cheia

um veneno sonoro viaja pelo ar:

O canto da Sereia

Manto de medo ...

sexta-feira, 2 de março de 2012

Outono



Folhas tingidas de marrom

Estalam enquanto dançam

Brisa fria as abraça

Chuva fina as derruba


Olhos tão tristes ele tem!

E a tudo olhava absorto

Perdido em labirintos

Á deriva de si mesmo


Sonhos pela calçada

Pesadelos detrás da porta

Feridas que não se curam

Um mundo que acabou


Alma tão triste ele tem!

E me deixa assistir

Enquanto morre-se de amor

Tingido pelo outono.


by:Katrina De Salem

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ataques oníricos



Lua de sangue no céu

Feitiço de morte no ar

Uma bruxa e um caldeirão

Maldição e pesadelos


Fantasmas rondando a janela

Vultos sonoros na madrugada

A cama da donzela é velada

Por um anjo de asas de luz


A torre do inimigo se abala

A maldade grita frustrada

Lágrimas frias escorrem no rosto

E o coração recolhe-se na sombra.


by:Katrina De Salem

B.



Nas tardes douradas

Nas noites estreladas

Na madrugada serena

Eu penso em você


Um doce vício

Pequeno delírio

Sonho de amor

Que aprendi a viver


Um pensamento

Um devaneio

De paixão, de bem querer

Por certo de Amor


Arrebatador eu sei

Tomando-me sem medo

Profundo e viral

Enraizando-se, fixando-se


Dizem todas as poesias

O nome que nos vem

Sem respeito a hora nenhuma

É o nome do amor


Percebo-me então

Sendo tua antes de tudo

Envolta nesta nuvem

Co’alma junto a ti


Esboçando o inexprimível

Com um punhado de letras

E ainda insaciada

Deste vício que é você.


By:Katrina De Salem

domingo, 20 de novembro de 2011

Escuridão


A escuridão o devora

Nas noites mais doces e claras

Pois ela desconhece a luz

Mas é perita em sua alma

Todas as entranhas e medos

Tão inutilmente escondidos

São apenas jogos, passatempos

Quando se tem a eternidade


Sopros mortais ao ouvido

Sussurros amigos, amigos?

Um último eco dilacerante

E uma perda sem fim

Que o consumirá eternamente

Como o desejo mais ardente

O vício mais enlouquecedor



by: Katrina De Salem

Flor


repousai, ó flor do campo
Sobre a relva banhada em ouro
Pelo sol do entardecer
Baile suave haste abraçada a brisa

A frente sussurra o mar
Com versos feito para o amor
A flor tão alva e tão pura
Inda está docemente a bailar

Nas notas duma harpa angélica
Navegas barquinho pequeno
Sem medo de um naufrágio
Sem farol, quer se perder

Agora que o sol foi-se embora
A flor pendida ao luar está
Afoga-se no orvalho, na música e na noite
Repousai, ó flor do campo...

Estais onde querias estar...


by: Katrina De Salem



quarta-feira, 6 de julho de 2011

Acalanto

Oh meu amor!

Não chores, não me chame com lágrimas

Não quero navegar em rios até ti

Mas pelo ar, no som de teu riso!


Toque a lua em tua dança

Deixe-se abraçar pelo vento

E contigo estarei nesse momento

Ah! Não chores meu amor... Sorria apenas!


Quando deitar tua cabeça à noite

Lembra-te que te velo de longínqua estrela

E saberás que a chama que te guia

É um pedaço de nosso lar que carregas


Não me chame em gemidos tristonhos

Não quero precisar erguer teu rosto

Chama-me com amor e carinho

Que te darei doces beijos de aurora


Quando acordar de teus sonhos saudosos

Lembra-te que te guardo comigo

E o mundo perturbado que te cerca

É angustiosa ilusão terrena


Oh meu amor!

Não chores, não me chame com lágrimas

Não quero navegar nestes rios até ti

Mas pelo ar, no som de teu riso!

Castelo de areia


Meu castelo de areia

Outra onda derrubou

Com frieza e maestria

Outro sonho fez cair


Se o sol já não me toca

E se a noite então não finda

Porque tanto anseio afinal

A doce luz da aurora?


Utopia de menina

Outro Sonho primaveril

Fantasia platônica minha

Desta vez te dou adeus.

sábado, 21 de maio de 2011

O último Ato




As folhas caíram comigo

Incapaz de me reerguer

Faço do chão meu descanso

Esperando que a noite me cubra


Meu último espetáculo trágico

Terrivelmente ensaiado

Para comover e arrancar lágrimas

De uma estrela ou duas


Minha platéia impassível

Observando minha queda

Confinada em meu castelo

Esperando que as eras me consumissem


Quem sabe alguém me descubra

Já sem cores ou sem brilho

Como uma estrela que morreu

Sem dizer Adeus, sem aviso.


By:Katrina De Salem

Apelo do monstro


Ah se o homem soubesse!

Dos infortúnios que o espreita

Buscaria nas sombras o conforto

Onde os olhos nada vêem


Ah se tu soubesses meu anjo!

Das telas que pinto com o dedo

Das cabeças que rolam no chão

Como frutos podres desprendidos pelo vento


Nada haveria no mundo de bom

Para curar-te este assombro

Nem o inferno na mais bizarra era

Te arrancaria as náuseas que viverias comigo


Vá e grite a todos:

O monstro engolidor de homens vive

Cospe seus ossos depois de sugar-lhes a carne

Faminto famigerado que tudo come, devora...


Mas volte minha doce amada!

Para mim que te espero de braços abertos

Não te importas com o sangue em meus dedos

E toma este coração negro que é teu!


By:Katrina De Salem


quinta-feira, 17 de março de 2011

Estou em casa

Olhos abertos – Oh mundo tão triste!

Fecho os olhos – Estou em casa...


O vento me toca

Nas mãos de Zéfiro sou poeira de estrelas

Voltando, Zarpando, Navegando pra casa

Despeço-me, Dou-te Adeus, vou-me embora!

Ah! Estou em casa! Estou em casa!


A lua não é mais a mesma

Os campos não são como os teus

O povo sorri e é feliz

Ah! Estou em paz comigo!


O luar me toca!

Nas mãos de minha Deusa sou uma folha

Refletindo seu brilho sutil, amoroso.

Flutuando, planando, subindo, tocando o céu!

Desço, caio, volvo a terra, Estou em casa!


A fogueira consome memórias

Para trás minhas tristes lembranças

Faíscas que sobem aos céus, Doces preces!

Minha grande família cantando, pois voltei!


O fogo me toca!

Queima o passado banhado em choro

Nas chamas de meu Deus eu renasço!

Queimando, subindo, volvendo como cinza.

Ilumino, alimento-me, apago-me, retorno!


Ah, estou em casa, estou em festa!

By: Katrina De Salem

sexta-feira, 11 de março de 2011

A carta 2

Tens visto querida? Aqueles astros vagarosos arrastando-se no espaço rumo á inexistência?

Como eles tenho vagado! No pico de agudas montanhas atiro-me nas pedras, espedaço-me, sangro, sofro e volto ao começo, inteiro. Poderias explicar-me este caso?

Como um homem pode atravessar a morte sem dela nada levar?

Os dias tem sido frios. Minhas lágrimas também... Todavia meu choro tem se esgotado. Acho que o pranto me foi tirado, mas a tristeza me acompanha nesta interminável caminhada por estes lodaçais imensuráveis. Às vezes singelas luzes brilham no céu noturno, talvez anunciando que a esperança não morreu, entretanto, surgem a seu bel prazer, e somem.

Tenho consumido meus sonhos, os últimos, para sobreviver.

Finjo o deleite de frutas frescas, risos de crianças, campos verdes, vilarejos alegres... Busco a loucura para amenizar a dureza da realidade. Nada de bom vinga deste solo venenoso, nada de belo rasga estes céus escuros, nenhum pássaro canta... Apenas ouço lamentos. Os meus.

Dói dentro de meu peito olhar o passado, o presente. Temo o futuro horrivelmente. Nenhum monstro me parece mais assombroso que este futuro. Oh! Como gostaria de implorar-lhe o aconchego do abraço, como criança que se perdeu pelas sombras do quintal e retorna ao colo da mãe queria eu retornar á ti. Ah! Mas o ódio ainda queima... Corrói-me as entranhas como letal vírus. Portanto, fica com teu mundo feliz, que ‘inda tenho que atirar-me muitas vezes destes picos... Oh meu bem, meu ódio não te toca! Não te fere! Fere-me e toca-me... Somente. E este amor enlouquecido que me conduz ao êxtase rasga-me! Como queria esquecê-lo! Tira-o de mim Deusa! Arranca-o como espinho! Tira-o! Tira-o de mim! ...


quarta-feira, 9 de março de 2011

O pagamento


Nada tenho! Brada o tolo

Remexendo-se na lama

Toda vida desgraçou

Com vícios e parvoíce


Fez os queridos chorarem

Fez dos excessos a lei

Nas noites tornou-se luxúria

Nos dias era avareza


Mas sábio é o tempo!

Que lhe tomou a beleza

Deu-lhe em troca a velhice

E um bom punhado de dores


O viril grosseiro e prepotente

Amanhã é um cão na sarjeta

Gritando: Nada tenho na vida!

Como o mais infeliz miserável


Todavia vem a morte lhe tocar

“Te enganas meu caro amigo

Ainda tens o trançado de tripas

Que te dão a imerecida vida”


As lágrimas que caem hoje

São por descuido e vulgaridade

Feliz aquele que do mundo se guarda

Pra dele não partilhar essa paga.


* Eis aqui uma carinhosa crítica aos que reclamam quando sofrem as conseqüências das próprias nefastas escolhas. :)


By:Katrina De Salem

Prece



Talvez em algum buraco negro

Engolido pelo tempo, isolado pelas sombras

Existe um anjo que outrora caiu

Aboliu primaveras e sentenciou o inverno


Os risos de verão agora são memórias

Abandonadas, jogadas, rasgadas.

O farol que rompia as trevas da noite

Como a existência perdeu o brilho


Restam murmúrios sorrateiros

Que o ferem como golpes vindos do nada

Um lamento sem fim de alguém

Será eu ou você?


Sejam minhas lágrimas um bálsamo

A tocar tuas pungentes feridas

Seja tua dor um pouco minha

Para que estejas mais uma vez comigo


A escuridão que te cobre como inviolável véu

A luz um dia há de rasgar!

E o anjo que outrora livre voava

Poderá novamente pelo ar navegar


Perdão se meu amor não o amparou

Se por decreto precisei partir

Mesmo que outra estrela seja tua morada

Nem ela me afasta de ti.

By: Katrina De Salem

Para alguém de muito, muito longe.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Exilados de Capela*



Houve um tempo em que sonhei

Que o inverno era brando

Como a voz que me guia na madrugada

Como a estrela que outrora vislumbrei


Algo em mim está perdido no espaço

Entre astros e galáxias vaga sem rumo

Uma saudade sem fim que dorme

Mas sonâmbula caminha em mim


Existe um fantasma debaixo da cama

Que me conta coisas de um passado

Eras remotas numa terra onírica

Onde a felicidade era coisa simples


Mas vá embora, sombra que descansa!

Deixa-me aqui na escuridão!

Neste mundo meu não há luz

Muito menos sabores como os que narra


Enquanto arrasto minhas frias correntes

Perco os pensamentos entre estrelas

Exilada, distante, sozinha...

Uma alma que se perdeu de seu bando.


By: Katrina De Salem

*(Os) Exilados de Capela - Livro espiritualista de Edgard Armond

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Caça & Caçador - Conto

Amigos e amigas, Creio nunca ter postado nada muito longo [ Contos ], este é um pedaço de algo que escrevi estes dias, irei postar a primeira parte dos meus escritos aqui, o restante... Será divulgado apenas quando estiverem impressos. Fiquem a vontade para comentar. A seguir, temos um começo de um romance [ romance?] um tanto quanto louco. A mesma cena é vista de dois ângulos, do nosso vilão [ não seria mocinho? talvez!] e nossa garota indefesa. Sou meio clichê com meus personagens, meus rapazes sempre tem cabelos compridos, olhos sensuais e minhas meninas sempre tem olhos meigos, cabelos escuros e são virgens u.u , Este sem dúvido não é meu melhor escrito, foi apenas um pequeno filme que criei na mente e resolvi escrever, Mas apreciem, usem seus paladares, sintam a textura e boa viagem!


Caça & Caçador

Por: Katrina de Salem (Larissa Rodrigues)

Parte I – A ninfa, o Caçador.

Ela:

As luzes piscavam na pista, corpos dançavam sensualmente, a fumaça de gelo seco era sacudida pelos pés, pessoas se beijavam, outras riam em mesas com amigos. Estava muito abafado e o E.B.M estava começando a me deixar tonta, resolvi subir, tomar ar fresco no terraço da danceteria. Blutengel estava tocando enquanto eu subia lentamente os degraus. Caminhei até a varanda, me apoiei nela e fiquei observando o mar ao longe, os navios ancorados e suas luzes, eram as únicas coisas naquela escuridão. O Mar bramia, eu não podia ouvir, mas sabia que ele não estava mudo. A lua branca o beijava, o tocava, e sei que o mar não a sentia. O bafejo do oceano me tocava ternamente. Eu sabia que meus amigos não notariam que eu não estava mais com eles... Estavam todos bêbados. O frio começou a me fazer se arrepender por ter ido com aquela saia de vinil, frustradamente fechei o bolero de mangas longas e tecido fino e me reclinei sobre a varanda. Ouvi passos atrás de mim, mas não me importei. Continuei a contemplar o céu e a escuridão, todavia senti-me estranha, a sensação que de me olhavam me incomodou e virei-me para o possível observador. Pelos Deuses! Eu tive certeza de que o que eu vi era irreal e se fosse real não era humano.

Desconcertada, apoiei-me na varanda, e o olhei, provavelmente minha expressão deve ter sido de timidez, medo talvez. Senti minhas pernas tremerem, o vento que começou fluir pareceu-me gélido, como o beijo de um cadáver. Aquela sensação de gelo tomou-me por completo, meus olhos só conseguiam vê-lo, apenas ele e nada mais, começou a ser torturante.

Ele devia ter 1.90, tinha cabelos negros lisos e longos, de mexas inteiriças, seu rosto era alvo, levemente arredondado no que tangia têmporas, testa, maçãs do rosto, mas afinava esculpindo o queixo. Seu nariz era fino, alongado como se algo de perfeito o tocasse. Os lábios cerrados eram retos, levemente cheios e rosados. Ele vestia um casaco, algo muito clássico, quase antigo. Devia gostar de moda vitoriana. Certamente o que mais me chamou atenção foi o olhar dele. Eram olhos azul-acinzentados, de cílios negros, longos sem curvatura. As sobrancelhas eram suaves, davam-lha algo de sensual. Ele me olhava a poucos metros de mim, seu olhar era como o de um caçador, parecia me estudar, me invadir. Pareceu-me que ele poderia saltar sobre mim e quem sabe sair voando comigo, ele sorriu. Um sorriso malvado e satisfeito e sentou-se num banco se cimento ao lado de um homem que o acompanhava. A julgar pelas roupas e modos, devia ser algum empregado dele. Dei as costas, tentando fugir daquele olhar arrepiante. Engoli a saliva, fiquei ofegante. Eu tinha que sair dali. Mas algo em mim estava curioso: De onde ele havia vindo? Eu nunca o vi ali! Com certeza era de fora, a aparência dele dizia isso. Será que falava minha língua? Logo o ouvi conversar com o homem, não falara em meu idioma, parecia outro. Apertei as mãos na varanda até doerem no concreto, e virei-me novamente, com muita lentidão tirei um dos pés do chão e tentei sair do lugar, ir embora. Ele levantou com rapidez e como se adivinhasse o que eu iria fazer, deu um passo á direita, e estava bem no meio do caminho para a escada, eu teria que passar bem perto dele. Eu precisava fugir, dei uns 5 passos, bem perto dele baixei o olhar, segurei o corre-mão e quando quase alcancei o primeiro degrau senti algo agarrando meu braço com muita força.

- Deusa!

-Hã? – Fiquei sem entender, ele me olhava, sorrindo, mas não gentilmente, parecia absorto.

- Deusa! A quero pra mim! – Ele sussurrou, tinha um pouco de sotaque.

- Me largue! – Tentei puxar meu braço, mas ele não deixou. Continuava a sorrir diabolicamente. Puxou-me para trás, afastando-me da escada, com o outro braço colou-me junto a seu corpo, sufocando-me. Vi-me gritando, agudo, esperneando, chutando-o, mas ele longe de se incomodar, sorria, como se eu fosse um presente nos seus braços. O homem falou algo, e ele perdeu um pouco a atenção, aproveitando eu fugi, desci as escadas com desespero e corri ao banheiro feminino. Entrando lá, comecei a chorar, meu coração chegava a doer de tão rápido que batia. Umas duas garotas retocavam a maquiagem, me olharam confusas, mas nada disseram. Passados alguns segundos recuperei-me. De repente a porta do banheiro veio a baixo, no lugar dela, surgiu ele. As meninas gritaram, enquanto ele entrava, elas saiam apavoradas. Peguei um pequeno vaso de flores artificiais do balcão e atirei nele, ele desviou-se sem esforço. Logo o homem que o acompanhava irrompeu no banheiro e puxando-o pelo braço pareceu o convencer a sair. Em pânico sai, não vi as pessoas dançando e esbarrei em todas que estava em meu caminho, as luzes me deixavam tonta, desorientada. Fui até a mesa onde estava minha bolsa, peguei-a, e sem explicar nada fui para a saída. Precisava ir para casa. Era quase meia noite e as ruas estavam vazias. Vi um carro importado passando por mim, parou bruscamente a vinte metros, e dele saiu o louco que me perseguia. Ele começou a correr até mim, fiz meu percurso de volta ao clube correndo, mas acabei tropeçando em algo. Ele era muito rápido, logo que cai ele chegou, levantou-me, meu joelho sangrava. Gritei o mais alto que pude, eu não conseguia pensar, não conseguia falar, só gritar, tentei bater nele mas ele nada sentia. Levou-me ao carro e lá, me colocou no banco de trás, sentou-se lá também, fechou a porta e falou algo pro homem, o carro começou a andar. Ele não tentou me tocar, deixou-me sentar, apenas me olhava e sorria.

Ele:

Sinceramente, não acreditei que neste país eu pudesse me divertir. Comprei a mansão próxima à praia apenas por indicação de meu mordomo e amigo Claudius. Naquela noite, eu iria conhecer a cidade e seus atrativos e não estava nem um pouco animado pra isso, mas por insistência de Claudius, arrumei-me com minha melhor roupa, e fui.

Chegamos a uma danceteria, estavam tocando minhas músicas preferidas, mas não havia nada de interessante, se quer quis beber. Vi uma escada, desejei saber onde ela me levaria. Sob os olhares espantados cruzei a pista agitada, as garotas me olhavam muito, creio que me destaquei ali. Degrau por degrau, a medida que os percorria, um belo terraço me surgia mas apenas no último eu veria meu prêmio.

Claudius logo sentou-se, eu não. Fiquei de pé, vendo aquela silhueta perfeita. Eu queria muito ver o rosto dela. Eu sempre tive tudo o que quis, e eu iria descobrir aquele rosto. Não sei como, ela pareceu sentir-me e voltou-se para mim. Fiquei extasiado, mas não demonstrei, apenas contemplei a mulher mais linda que já havia visto e tive certeza que ela seria minha, mesmo que ela corresse, chorasse, implorasse, mas seria minha e eu teria o amor dela. Há! Aqueles olhos brilhantes bruxulearam, os lábios cheios e sensuais entreabertos talvez dissessem algo, mas permaneceu muda. Ela enrubesceu, mas parecia ter medo de mim. Voltou-se para a vista novamente. Eu sabia que havia mexido com ela, sabia que os pensamentos dela eram meus e logo ela também seria. Sentei-me, e comentei sobre ela para Claudius, e esperei qualquer movimento dela, estava nervosa, incomodada, eu sentia. Isso era excitante pra mim. A pele dela era perfeita, de costas contemplei as curvas, as pernas, era sem dúvida muito atraente e pela insegurança de seu olhar e gestos, era pura também. Não demorou muito, ela moveu-se. Rapidamente fiquei de pé, me posicionei na frente da escada, se ela tentasse fugir, iria ser bem pra mim que viria. Vi o pé arrastar-se no chão, o salto da bota tocou-o sem ruir e ela veio caminhando lentamente, como uma ninfa em negras florestas. Não pude conter meu sorriso. Ela chegou bem perto de mim, pude sentir o perfume floral e delicado dela, a frágil donzela estava ao meu alcance. Minha mão fechou-se no braço dela, segurei-a com força. A fiz voltar seu caminho.

- Deusa! – Falei, depois de pensar muito, aquele idioma novo não era muito bem dominado por mim. Ela pareceu não entender, talvez pelo meu sotaque, mas falou algo, não tenho certeza, mas creio que me pediu para deixá-la em paz. Eu não podia! Ela iria descobrir que tudo o que Sir Christian deseja, Sir Christian tem. Trouxe para mim aquele corpo, apertei contra mim. Ela era minha! Claudius preocupado falou que eu estava machucando-a, por um descuido ela fugiu, mas eu a encontraria. Segui-a, eu a vi entrando no banheiro. Corri para lá, sem me importar com os resmungos de quem eu atropelava em minha corrida. Um golpe apenas e a porta estava no chão, eu a vi... Apenas ela. Acho que haviam garotas lá, não tenho certeza. Todavia, meu mordomo chegou, puxou-me pelo braço. Percebi que poderia arranjar problemas com a segurança e sai. Recolhido num lugar escuro, vi a minha ninfa pegar sua bolsa e sair. Sorri para claudius.

- Vamos atrás dela. – Disse para ele.

Já no carro, sentei-me ao lado de claudius, enquanto ele dirigia eu a seguia com os olhos. Pobre moça, estava tão assustada! Mas ela um dia me agradeceria. Mandei Claudius parar, desci. Minha caça correu, voltando, mas com aquele salto ela não iria longe, não precisei de muito para chegar até ela. Caída, vi que havia se machucado, tomei-a nos braços, seus gritos eram quase insuportáveis, mas tudo valeria a pena, eu tinha certeza. Coloquei-a no banco de trás, Claudius prevendo isso, deixara a porta aberta. Fechando-a, ordenei:

- Vamos! Vamos pra casa.

Ela chorava muito, muito mesmo. Estava apavorada, encolhida num canto do banco ela me olhava, parecia sentir ódio de mim naquele momento.

Mas eu estava feliz demais pra me incomodar com o ódio dela, eu apenas a queria perto de mim. Não a toquei, não queria que ela pensasse que eu iria obrigá-la a coisas indecentes, eu iria dar um jeito de que tudo acontecesse naturalmente, iria ter o amor dela, cuidar dela, e não deixar que ninguém se aproximasse de minha ninfa, eu iria eliminar quem tentasse, estava disposto a brigar com Deus se fosse preciso. Ah! Que Deus? Não acredito nele.



sábado, 27 de novembro de 2010

Marinheiro

Que farei eu neste meu triste poema?
Como irei respirar se roubas meu ar?
Como poderei dormir se me tiras o sono?
Como irei viver se sem ti prefiro morrer?

Por ti navego sozinha nas águas revoltas
De um mar inquieto que não domino
Afogo-me nele, me perco nas ondas.
E volvo a areia já sem lucidez

Naufraguei nos oceanos de tua ternura
E na ilha de onde não há resgate
Dedico o tempo a contemplar tua memória
Bebendo da fonte de interminável saudade

Queiram os Deuses o nosso encontro
Que nos braços teus hei de calar meu choro
Saciar minha sede na boca que é tua
E quem sabe por fim sentir-me completa

Zarpemos a terra natal dos ancestrais
Levemos conosco os sonhos de outrora
E vivas comigo cada nascer e pôr-do-sol
Onde o tempo não passará de ilusão.

Katrina De Salem

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fragmento I


Queira meu débil coração
Suspirar em deletérios pântanos
E na asfixia de um delírio
Morrer de amor afinal

No pio choroso da ave
Escuto minha tragédia
Meu conto de terror é narrado
Por meus tristes olhos avermelhados

A rainha dos arruinados!

coroada com pesadelos
presa numa torre aguda
que perfura nuvens e paraísos
Me atirando em seguida ao inferno.


By: Katrina De Salem

Capitão



No passo do triste silêncio
quando finda a enegrecida noite
e a aurora muda se arrasta
fito o obscuro céu sem estrelas

Procuro-te no infinito da mente
que vaga perdida com as folhas
navegantes de uma brisa matutina
orvalhados navios! Pequeninos navios!

Como queria um silfo ser
E comandar estas embarcações
-Zarpem! Zarpem para meu amor
que me espera tão longe!

Invisíveis tripulantes, mágico capitão!
Oh meu naufrágio de lágrimas
Chorei por ti meu amado!
quão longe de mim estas!

by: Katrina De Salem

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Elfo

Tuas vestes alvas e leves
Como memórias de uma infância feliz
Velavam-te o pálido corpo em movimento
Um elfo perdido em busca de lemúria

Tantas vezes quis eu prender-te a mim
Sorver-te como parte de meu espírito
Tê-lo como minha alma cativa
Violei teu sonho de liberdade no final

Venha meu doce amor!
Ser meu prisioneiro também é deleite
É desfrutar de cálidos beijos, mornos abraços
É ter ardentes desejos na alma

É querer de amor morrer em mim
Para não findar a vida no desprezo dos homens
É perder-se na minha escuridão
E jamais querer ser encontrado

A pureza é um sonho do devasso
Como a morte é o sonho do lúgubre poeta
Por isso desejo-te aqui esta noite
Para que eu seja as trevas na tua angelitude.

Por: Katrina De Salem

Cadáver


Todos os dias, a mesma cena
Um túmulo violado, vazio
A carcaça nele já não repousa
Ela caminha como os estúpidos vivos

Sem alma, sonhos ou arrependimento
Um amor que morreu antes mesmo de florar
Mesmo quando a primavera explodia
perfumes, cores, amores...

O cadáver corroído pela terra, pelo tempo
Caminha para o mar adormecido
entre as ondas e espumas brilhantes
O feio desgraçando o quadro divino

Um coração podre que ainda bate
Escondido entre costelas quebradas
Grita sem voz, na lei do silêncio mortal:
- Ajuda-me! Pois de amor padeço!

By: Katrina De Salem

Necrofilia


Pela tua boca pequena e cerrada
Percorre o veneno mortal que procuro
Uma gota que finalize uma vida
Que torne a morte mais bela

O rosto da lua chorava comigo
As lágrimas de prata reluziam
Como faróis num deserto obscuro
Guiando almas sonâmbulas nas sombras

Caí por terra como outrora
Os verões afinal tiveram um término
O adágio soou tão fúnebre!
Enquanto despetalava meus sonhos

Rezei noites sem fim pelo veneno libertador
Achei-o na tua boca já fria
O mais lindo dos cadáveres que jazia
Beijei-o com paixão, obscenidade

Profanei teus lábios gélidos mais uma vez
Em nome de todas as noites de solidão
Pelos fantasmas que atormentam
Por tudo que me abateu e me fez chorar

Chamei a morte para mim.

por: Katrina De Salem

sábado, 9 de outubro de 2010

Que tal publicar seu conto?

Saudações amigos e amigas

Que tal ter seu conto publicado?
A sua chance é essa!
Como?

Fácil! Participe do concurso de novos autores da editora Andross.
Como este blog se dedica aos escritos de caracter mais obscuro, vou indicar o concurso para o livro " Moedas para o Barqueiro - Volume II "
O tema? MORTE!

Mais informações e as inscrições aqui:


Os textos serão recebidos até 31 de dezembro de 2010, previsão de lançamento para maio de 2011.

Boa sorte meninos e meninas



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ainda Acho-te

Ainda acho-te, suave brilho estelar!

No orvalho que reveste os campos

Que reluzem sob o véu da aurora

Como olhos que choram saudade


Nas ondas do mar em tormenta – te acho!

Navego sem ti na minh’alma

Busco-te no balanço manhoso d'oceano

De um navio fantasma a espera


Nas flores etéreas do mato

Nas pétalas oníricas suas

O perfume perdura intacto

Invicto no amor intocado.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Carta

" Não! Não pense na luz! Nada murmure. Deixa-me aqui onde estou. A luz é demasiadamente fria, as sombras são mornas e tem cheiro de vinho. Não a machuco donzela! Apenas guardo-te um amor imperecível, destes que se estendem pelos verões mais escassos onde o calor consome as forças dos trabalhadores do campo. Ah! O campo! Lembra-te do campo? O canto das mulheres como um gorjeio de aves volvendo aos ninhos fartas, após mais um dia pelos céus. Lamento, não me recordo da cor dos céus...
Ainda na minha mente aquelas vozes cantam, e as componesas colhem seus frutos, alegres. Os vibratos ainda ecoam na minha cabeça.
Vem, dá-me tua mão!
Não tenha medo querida! Nada temas deste demônio que sorve das sombras a vida. Não abra vossos olhos! Tuas pedras negras me ofuscam.
Toca-me! Como a brisa beijando os pântanos... Vê como sou gélido, mas com teu toque ganho mais vida. É o amor que te dedico. Como no meu peito tão vazio, deserto, sórdido... Pode ainda haver tão formosa flor velando a beleza desse amor? Tua imagem de deusa... Deusa deste meu inferno de morte, misérias e sangue... Meus campos são cemitérios, meus rios são de sangue, minhas estrelas ameaçam cair do arco celeste... Mas tu! Na sua doçura e sensualidade ainda que angélica, salva-me deste martírio. Amo-te com desespero e agonia.Perco a lucidez! Sou a sombra por trás da porta, teu medo, tua tristeza, teu pesar, o uivo tristonho que ecoa na madrugada, sou tua paixão pelo obscuro e o nefasto. Eternamente devoto e dependente.


Pra sempre seu. "

Sem Título...


Ardei meu coração lascivo!

Nas chamas de vivaz fogo

Como se nesta dor achasse incentivo

Para a miserável vida que mingua


Consome labareda luxuriosa

Todo o sonho que vivo na sombra

Como se desta estrada pecaminosa

Dependesse meu inexistente alívio


Uma última luz na minha escuridão

Ainda insiste nesta minha intempérie

É a esperança que carrego em vão

De um dia livrar-me desta gleba


Já bem longe desta minha prisão

Pisando enfim na pátria sonhada

Ei de beijar com amor o chão

E com as lágrimas lavar a terra


By: Katrina De Salem

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Amor platônico

Ouça as notas da canção querido!
Veja como caem no abismo da melodia
Sinta como afunda este adágio
Afunda comigo nesta noite sem fim!

Uma oitava a baixo... Eu também!
Aquela estrela que o véu deixou cair
Abandonada pelo céu, expulsa do paraíso.
Como eu! Como eu...

Me escutas bem meu amor?
Será que do meio dos astros, é possível me ouvir?
Tens visto as lágrimas que chorei?
Tens ouvido o canto que entôo a ti?

Ave perdida do bando...
Cujo gorjeio ninguém mais aprecia
Pois a tristeza do mesmo incomoda
Causa medo de que a vida seja mesmo solidão.

E não é? Para mim sempre foi!
Todos os longos dias desta curta vida
Fizeram-na parecer um eterno suplício
A tortura que nunca finda! Nunca!

Enquanto eu senti-lo em mim, irei viver
Viver pelo rosto que nunca vi
Pela voz que nunca ouvi
Mas que sempre esteve comigo.

By: Katrina De Salem

Exílio

Minha prisão é de carne!
De sangue, pele e ossos
Um amontoado de células ordenadas
Neurônios e hormônios que agem por mim

Uma jaula obedecendo o padrão
E mesmo assim, não é bela!
Porque deve o cárcere do homem ser formoso?
Se ele o impede de voar!

E se eu pudesse desfaze-lo?
Dizer aos tecidos: Desfaçam-se como cinzas!
Alguém lembraria de mim?
Sou bonita o suficiente para existir?

Minha gaiola humanóide não me cabe!
A vastidão do céu azul é mais convidativa
Que compartilhar algum décimo da eternidade
Com prisioneiros débeis e tristemente corrompidos.

Tanto dura meu exílio!
Nas tardes quentes deste verão
Despenca o sol no horizonte
E sinto-me igualmente caindo, sumindo!

Delicada demais para que me sintam
Infeliz demais para sorrir novamente
Diferente... Como ninguém nunca foi.
Condenável, solitária e presa...

by: Katrina De Salem

sábado, 24 de julho de 2010

Tragédia Amorosa

Horas amargas sucedem esta triste decadência
No furor das ondas ferventes deste oceano
Poluído pelas lágrimas, santificado pelas estrelas
Tão puro como o orvalho que sorve a rosa matinal

O ardor que te matava, te fazia suspirar
Agora que já é frio, é tortura, te irrita, te perturba.
Não mais queres o rosto que beijastes
Já não jura-lhe amor como outrora o fez

Ser-lhe-ia o mais belo dos amores, dizia...
Mas agora passado o tempo, já não ama teu Romeu
O desprezo é delicado, diz ela, ao coração que dói.
_ Esquecer-me ele irá, se não o fizer, dar-lhe-ei as razões.

No meio do mar ele navega, engolido pelo monstro azul
Em busca de um horizonte, o infinito que não alcança
A humilde embarcação se perde no corpo marítimo
Quebrou-se um coração, uma alma, um barco.

Ondas suaves devolvem a terra um corpo já frio
Tragédia amorosa, só na morte, descobriu-se o afeto
Molhado do mar, molhado de dor, molhado por pranto
A donzela agora jura casar-se enfim com seu defunto.

Sem mais pudores beija os lábios tingidos de azul
Azul com o céu, azul como o mar! Azul como os olhos
Não chores mulher aflita! Toma teu próprio remédio:
_ Esquece-lo tu irás, se não o fizer, surgir-lhe-ão as razões.


By: Katrina De Salem