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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Caça & Caçador - Conto

Amigos e amigas, Creio nunca ter postado nada muito longo [ Contos ], este é um pedaço de algo que escrevi estes dias, irei postar a primeira parte dos meus escritos aqui, o restante... Será divulgado apenas quando estiverem impressos. Fiquem a vontade para comentar. A seguir, temos um começo de um romance [ romance?] um tanto quanto louco. A mesma cena é vista de dois ângulos, do nosso vilão [ não seria mocinho? talvez!] e nossa garota indefesa. Sou meio clichê com meus personagens, meus rapazes sempre tem cabelos compridos, olhos sensuais e minhas meninas sempre tem olhos meigos, cabelos escuros e são virgens u.u , Este sem dúvido não é meu melhor escrito, foi apenas um pequeno filme que criei na mente e resolvi escrever, Mas apreciem, usem seus paladares, sintam a textura e boa viagem!


Caça & Caçador

Por: Katrina de Salem (Larissa Rodrigues)

Parte I – A ninfa, o Caçador.

Ela:

As luzes piscavam na pista, corpos dançavam sensualmente, a fumaça de gelo seco era sacudida pelos pés, pessoas se beijavam, outras riam em mesas com amigos. Estava muito abafado e o E.B.M estava começando a me deixar tonta, resolvi subir, tomar ar fresco no terraço da danceteria. Blutengel estava tocando enquanto eu subia lentamente os degraus. Caminhei até a varanda, me apoiei nela e fiquei observando o mar ao longe, os navios ancorados e suas luzes, eram as únicas coisas naquela escuridão. O Mar bramia, eu não podia ouvir, mas sabia que ele não estava mudo. A lua branca o beijava, o tocava, e sei que o mar não a sentia. O bafejo do oceano me tocava ternamente. Eu sabia que meus amigos não notariam que eu não estava mais com eles... Estavam todos bêbados. O frio começou a me fazer se arrepender por ter ido com aquela saia de vinil, frustradamente fechei o bolero de mangas longas e tecido fino e me reclinei sobre a varanda. Ouvi passos atrás de mim, mas não me importei. Continuei a contemplar o céu e a escuridão, todavia senti-me estranha, a sensação que de me olhavam me incomodou e virei-me para o possível observador. Pelos Deuses! Eu tive certeza de que o que eu vi era irreal e se fosse real não era humano.

Desconcertada, apoiei-me na varanda, e o olhei, provavelmente minha expressão deve ter sido de timidez, medo talvez. Senti minhas pernas tremerem, o vento que começou fluir pareceu-me gélido, como o beijo de um cadáver. Aquela sensação de gelo tomou-me por completo, meus olhos só conseguiam vê-lo, apenas ele e nada mais, começou a ser torturante.

Ele devia ter 1.90, tinha cabelos negros lisos e longos, de mexas inteiriças, seu rosto era alvo, levemente arredondado no que tangia têmporas, testa, maçãs do rosto, mas afinava esculpindo o queixo. Seu nariz era fino, alongado como se algo de perfeito o tocasse. Os lábios cerrados eram retos, levemente cheios e rosados. Ele vestia um casaco, algo muito clássico, quase antigo. Devia gostar de moda vitoriana. Certamente o que mais me chamou atenção foi o olhar dele. Eram olhos azul-acinzentados, de cílios negros, longos sem curvatura. As sobrancelhas eram suaves, davam-lha algo de sensual. Ele me olhava a poucos metros de mim, seu olhar era como o de um caçador, parecia me estudar, me invadir. Pareceu-me que ele poderia saltar sobre mim e quem sabe sair voando comigo, ele sorriu. Um sorriso malvado e satisfeito e sentou-se num banco se cimento ao lado de um homem que o acompanhava. A julgar pelas roupas e modos, devia ser algum empregado dele. Dei as costas, tentando fugir daquele olhar arrepiante. Engoli a saliva, fiquei ofegante. Eu tinha que sair dali. Mas algo em mim estava curioso: De onde ele havia vindo? Eu nunca o vi ali! Com certeza era de fora, a aparência dele dizia isso. Será que falava minha língua? Logo o ouvi conversar com o homem, não falara em meu idioma, parecia outro. Apertei as mãos na varanda até doerem no concreto, e virei-me novamente, com muita lentidão tirei um dos pés do chão e tentei sair do lugar, ir embora. Ele levantou com rapidez e como se adivinhasse o que eu iria fazer, deu um passo á direita, e estava bem no meio do caminho para a escada, eu teria que passar bem perto dele. Eu precisava fugir, dei uns 5 passos, bem perto dele baixei o olhar, segurei o corre-mão e quando quase alcancei o primeiro degrau senti algo agarrando meu braço com muita força.

- Deusa!

-Hã? – Fiquei sem entender, ele me olhava, sorrindo, mas não gentilmente, parecia absorto.

- Deusa! A quero pra mim! – Ele sussurrou, tinha um pouco de sotaque.

- Me largue! – Tentei puxar meu braço, mas ele não deixou. Continuava a sorrir diabolicamente. Puxou-me para trás, afastando-me da escada, com o outro braço colou-me junto a seu corpo, sufocando-me. Vi-me gritando, agudo, esperneando, chutando-o, mas ele longe de se incomodar, sorria, como se eu fosse um presente nos seus braços. O homem falou algo, e ele perdeu um pouco a atenção, aproveitando eu fugi, desci as escadas com desespero e corri ao banheiro feminino. Entrando lá, comecei a chorar, meu coração chegava a doer de tão rápido que batia. Umas duas garotas retocavam a maquiagem, me olharam confusas, mas nada disseram. Passados alguns segundos recuperei-me. De repente a porta do banheiro veio a baixo, no lugar dela, surgiu ele. As meninas gritaram, enquanto ele entrava, elas saiam apavoradas. Peguei um pequeno vaso de flores artificiais do balcão e atirei nele, ele desviou-se sem esforço. Logo o homem que o acompanhava irrompeu no banheiro e puxando-o pelo braço pareceu o convencer a sair. Em pânico sai, não vi as pessoas dançando e esbarrei em todas que estava em meu caminho, as luzes me deixavam tonta, desorientada. Fui até a mesa onde estava minha bolsa, peguei-a, e sem explicar nada fui para a saída. Precisava ir para casa. Era quase meia noite e as ruas estavam vazias. Vi um carro importado passando por mim, parou bruscamente a vinte metros, e dele saiu o louco que me perseguia. Ele começou a correr até mim, fiz meu percurso de volta ao clube correndo, mas acabei tropeçando em algo. Ele era muito rápido, logo que cai ele chegou, levantou-me, meu joelho sangrava. Gritei o mais alto que pude, eu não conseguia pensar, não conseguia falar, só gritar, tentei bater nele mas ele nada sentia. Levou-me ao carro e lá, me colocou no banco de trás, sentou-se lá também, fechou a porta e falou algo pro homem, o carro começou a andar. Ele não tentou me tocar, deixou-me sentar, apenas me olhava e sorria.

Ele:

Sinceramente, não acreditei que neste país eu pudesse me divertir. Comprei a mansão próxima à praia apenas por indicação de meu mordomo e amigo Claudius. Naquela noite, eu iria conhecer a cidade e seus atrativos e não estava nem um pouco animado pra isso, mas por insistência de Claudius, arrumei-me com minha melhor roupa, e fui.

Chegamos a uma danceteria, estavam tocando minhas músicas preferidas, mas não havia nada de interessante, se quer quis beber. Vi uma escada, desejei saber onde ela me levaria. Sob os olhares espantados cruzei a pista agitada, as garotas me olhavam muito, creio que me destaquei ali. Degrau por degrau, a medida que os percorria, um belo terraço me surgia mas apenas no último eu veria meu prêmio.

Claudius logo sentou-se, eu não. Fiquei de pé, vendo aquela silhueta perfeita. Eu queria muito ver o rosto dela. Eu sempre tive tudo o que quis, e eu iria descobrir aquele rosto. Não sei como, ela pareceu sentir-me e voltou-se para mim. Fiquei extasiado, mas não demonstrei, apenas contemplei a mulher mais linda que já havia visto e tive certeza que ela seria minha, mesmo que ela corresse, chorasse, implorasse, mas seria minha e eu teria o amor dela. Há! Aqueles olhos brilhantes bruxulearam, os lábios cheios e sensuais entreabertos talvez dissessem algo, mas permaneceu muda. Ela enrubesceu, mas parecia ter medo de mim. Voltou-se para a vista novamente. Eu sabia que havia mexido com ela, sabia que os pensamentos dela eram meus e logo ela também seria. Sentei-me, e comentei sobre ela para Claudius, e esperei qualquer movimento dela, estava nervosa, incomodada, eu sentia. Isso era excitante pra mim. A pele dela era perfeita, de costas contemplei as curvas, as pernas, era sem dúvida muito atraente e pela insegurança de seu olhar e gestos, era pura também. Não demorou muito, ela moveu-se. Rapidamente fiquei de pé, me posicionei na frente da escada, se ela tentasse fugir, iria ser bem pra mim que viria. Vi o pé arrastar-se no chão, o salto da bota tocou-o sem ruir e ela veio caminhando lentamente, como uma ninfa em negras florestas. Não pude conter meu sorriso. Ela chegou bem perto de mim, pude sentir o perfume floral e delicado dela, a frágil donzela estava ao meu alcance. Minha mão fechou-se no braço dela, segurei-a com força. A fiz voltar seu caminho.

- Deusa! – Falei, depois de pensar muito, aquele idioma novo não era muito bem dominado por mim. Ela pareceu não entender, talvez pelo meu sotaque, mas falou algo, não tenho certeza, mas creio que me pediu para deixá-la em paz. Eu não podia! Ela iria descobrir que tudo o que Sir Christian deseja, Sir Christian tem. Trouxe para mim aquele corpo, apertei contra mim. Ela era minha! Claudius preocupado falou que eu estava machucando-a, por um descuido ela fugiu, mas eu a encontraria. Segui-a, eu a vi entrando no banheiro. Corri para lá, sem me importar com os resmungos de quem eu atropelava em minha corrida. Um golpe apenas e a porta estava no chão, eu a vi... Apenas ela. Acho que haviam garotas lá, não tenho certeza. Todavia, meu mordomo chegou, puxou-me pelo braço. Percebi que poderia arranjar problemas com a segurança e sai. Recolhido num lugar escuro, vi a minha ninfa pegar sua bolsa e sair. Sorri para claudius.

- Vamos atrás dela. – Disse para ele.

Já no carro, sentei-me ao lado de claudius, enquanto ele dirigia eu a seguia com os olhos. Pobre moça, estava tão assustada! Mas ela um dia me agradeceria. Mandei Claudius parar, desci. Minha caça correu, voltando, mas com aquele salto ela não iria longe, não precisei de muito para chegar até ela. Caída, vi que havia se machucado, tomei-a nos braços, seus gritos eram quase insuportáveis, mas tudo valeria a pena, eu tinha certeza. Coloquei-a no banco de trás, Claudius prevendo isso, deixara a porta aberta. Fechando-a, ordenei:

- Vamos! Vamos pra casa.

Ela chorava muito, muito mesmo. Estava apavorada, encolhida num canto do banco ela me olhava, parecia sentir ódio de mim naquele momento.

Mas eu estava feliz demais pra me incomodar com o ódio dela, eu apenas a queria perto de mim. Não a toquei, não queria que ela pensasse que eu iria obrigá-la a coisas indecentes, eu iria dar um jeito de que tudo acontecesse naturalmente, iria ter o amor dela, cuidar dela, e não deixar que ninguém se aproximasse de minha ninfa, eu iria eliminar quem tentasse, estava disposto a brigar com Deus se fosse preciso. Ah! Que Deus? Não acredito nele.



sábado, 27 de novembro de 2010

Marinheiro

Que farei eu neste meu triste poema?
Como irei respirar se roubas meu ar?
Como poderei dormir se me tiras o sono?
Como irei viver se sem ti prefiro morrer?

Por ti navego sozinha nas águas revoltas
De um mar inquieto que não domino
Afogo-me nele, me perco nas ondas.
E volvo a areia já sem lucidez

Naufraguei nos oceanos de tua ternura
E na ilha de onde não há resgate
Dedico o tempo a contemplar tua memória
Bebendo da fonte de interminável saudade

Queiram os Deuses o nosso encontro
Que nos braços teus hei de calar meu choro
Saciar minha sede na boca que é tua
E quem sabe por fim sentir-me completa

Zarpemos a terra natal dos ancestrais
Levemos conosco os sonhos de outrora
E vivas comigo cada nascer e pôr-do-sol
Onde o tempo não passará de ilusão.

Katrina De Salem

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fragmento I


Queira meu débil coração
Suspirar em deletérios pântanos
E na asfixia de um delírio
Morrer de amor afinal

No pio choroso da ave
Escuto minha tragédia
Meu conto de terror é narrado
Por meus tristes olhos avermelhados

A rainha dos arruinados!

coroada com pesadelos
presa numa torre aguda
que perfura nuvens e paraísos
Me atirando em seguida ao inferno.


By: Katrina De Salem

Capitão



No passo do triste silêncio
quando finda a enegrecida noite
e a aurora muda se arrasta
fito o obscuro céu sem estrelas

Procuro-te no infinito da mente
que vaga perdida com as folhas
navegantes de uma brisa matutina
orvalhados navios! Pequeninos navios!

Como queria um silfo ser
E comandar estas embarcações
-Zarpem! Zarpem para meu amor
que me espera tão longe!

Invisíveis tripulantes, mágico capitão!
Oh meu naufrágio de lágrimas
Chorei por ti meu amado!
quão longe de mim estas!

by: Katrina De Salem

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Elfo

Tuas vestes alvas e leves
Como memórias de uma infância feliz
Velavam-te o pálido corpo em movimento
Um elfo perdido em busca de lemúria

Tantas vezes quis eu prender-te a mim
Sorver-te como parte de meu espírito
Tê-lo como minha alma cativa
Violei teu sonho de liberdade no final

Venha meu doce amor!
Ser meu prisioneiro também é deleite
É desfrutar de cálidos beijos, mornos abraços
É ter ardentes desejos na alma

É querer de amor morrer em mim
Para não findar a vida no desprezo dos homens
É perder-se na minha escuridão
E jamais querer ser encontrado

A pureza é um sonho do devasso
Como a morte é o sonho do lúgubre poeta
Por isso desejo-te aqui esta noite
Para que eu seja as trevas na tua angelitude.

Por: Katrina De Salem

Cadáver


Todos os dias, a mesma cena
Um túmulo violado, vazio
A carcaça nele já não repousa
Ela caminha como os estúpidos vivos

Sem alma, sonhos ou arrependimento
Um amor que morreu antes mesmo de florar
Mesmo quando a primavera explodia
perfumes, cores, amores...

O cadáver corroído pela terra, pelo tempo
Caminha para o mar adormecido
entre as ondas e espumas brilhantes
O feio desgraçando o quadro divino

Um coração podre que ainda bate
Escondido entre costelas quebradas
Grita sem voz, na lei do silêncio mortal:
- Ajuda-me! Pois de amor padeço!

By: Katrina De Salem

Necrofilia


Pela tua boca pequena e cerrada
Percorre o veneno mortal que procuro
Uma gota que finalize uma vida
Que torne a morte mais bela

O rosto da lua chorava comigo
As lágrimas de prata reluziam
Como faróis num deserto obscuro
Guiando almas sonâmbulas nas sombras

Caí por terra como outrora
Os verões afinal tiveram um término
O adágio soou tão fúnebre!
Enquanto despetalava meus sonhos

Rezei noites sem fim pelo veneno libertador
Achei-o na tua boca já fria
O mais lindo dos cadáveres que jazia
Beijei-o com paixão, obscenidade

Profanei teus lábios gélidos mais uma vez
Em nome de todas as noites de solidão
Pelos fantasmas que atormentam
Por tudo que me abateu e me fez chorar

Chamei a morte para mim.

por: Katrina De Salem

sábado, 9 de outubro de 2010

Que tal publicar seu conto?

Saudações amigos e amigas

Que tal ter seu conto publicado?
A sua chance é essa!
Como?

Fácil! Participe do concurso de novos autores da editora Andross.
Como este blog se dedica aos escritos de caracter mais obscuro, vou indicar o concurso para o livro " Moedas para o Barqueiro - Volume II "
O tema? MORTE!

Mais informações e as inscrições aqui:


Os textos serão recebidos até 31 de dezembro de 2010, previsão de lançamento para maio de 2011.

Boa sorte meninos e meninas



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ainda Acho-te

Ainda acho-te, suave brilho estelar!

No orvalho que reveste os campos

Que reluzem sob o véu da aurora

Como olhos que choram saudade


Nas ondas do mar em tormenta – te acho!

Navego sem ti na minh’alma

Busco-te no balanço manhoso d'oceano

De um navio fantasma a espera


Nas flores etéreas do mato

Nas pétalas oníricas suas

O perfume perdura intacto

Invicto no amor intocado.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Carta

" Não! Não pense na luz! Nada murmure. Deixa-me aqui onde estou. A luz é demasiadamente fria, as sombras são mornas e tem cheiro de vinho. Não a machuco donzela! Apenas guardo-te um amor imperecível, destes que se estendem pelos verões mais escassos onde o calor consome as forças dos trabalhadores do campo. Ah! O campo! Lembra-te do campo? O canto das mulheres como um gorjeio de aves volvendo aos ninhos fartas, após mais um dia pelos céus. Lamento, não me recordo da cor dos céus...
Ainda na minha mente aquelas vozes cantam, e as componesas colhem seus frutos, alegres. Os vibratos ainda ecoam na minha cabeça.
Vem, dá-me tua mão!
Não tenha medo querida! Nada temas deste demônio que sorve das sombras a vida. Não abra vossos olhos! Tuas pedras negras me ofuscam.
Toca-me! Como a brisa beijando os pântanos... Vê como sou gélido, mas com teu toque ganho mais vida. É o amor que te dedico. Como no meu peito tão vazio, deserto, sórdido... Pode ainda haver tão formosa flor velando a beleza desse amor? Tua imagem de deusa... Deusa deste meu inferno de morte, misérias e sangue... Meus campos são cemitérios, meus rios são de sangue, minhas estrelas ameaçam cair do arco celeste... Mas tu! Na sua doçura e sensualidade ainda que angélica, salva-me deste martírio. Amo-te com desespero e agonia.Perco a lucidez! Sou a sombra por trás da porta, teu medo, tua tristeza, teu pesar, o uivo tristonho que ecoa na madrugada, sou tua paixão pelo obscuro e o nefasto. Eternamente devoto e dependente.


Pra sempre seu. "

Sem Título...


Ardei meu coração lascivo!

Nas chamas de vivaz fogo

Como se nesta dor achasse incentivo

Para a miserável vida que mingua


Consome labareda luxuriosa

Todo o sonho que vivo na sombra

Como se desta estrada pecaminosa

Dependesse meu inexistente alívio


Uma última luz na minha escuridão

Ainda insiste nesta minha intempérie

É a esperança que carrego em vão

De um dia livrar-me desta gleba


Já bem longe desta minha prisão

Pisando enfim na pátria sonhada

Ei de beijar com amor o chão

E com as lágrimas lavar a terra


By: Katrina De Salem

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Amor platônico

Ouça as notas da canção querido!
Veja como caem no abismo da melodia
Sinta como afunda este adágio
Afunda comigo nesta noite sem fim!

Uma oitava a baixo... Eu também!
Aquela estrela que o véu deixou cair
Abandonada pelo céu, expulsa do paraíso.
Como eu! Como eu...

Me escutas bem meu amor?
Será que do meio dos astros, é possível me ouvir?
Tens visto as lágrimas que chorei?
Tens ouvido o canto que entôo a ti?

Ave perdida do bando...
Cujo gorjeio ninguém mais aprecia
Pois a tristeza do mesmo incomoda
Causa medo de que a vida seja mesmo solidão.

E não é? Para mim sempre foi!
Todos os longos dias desta curta vida
Fizeram-na parecer um eterno suplício
A tortura que nunca finda! Nunca!

Enquanto eu senti-lo em mim, irei viver
Viver pelo rosto que nunca vi
Pela voz que nunca ouvi
Mas que sempre esteve comigo.

By: Katrina De Salem

Exílio

Minha prisão é de carne!
De sangue, pele e ossos
Um amontoado de células ordenadas
Neurônios e hormônios que agem por mim

Uma jaula obedecendo o padrão
E mesmo assim, não é bela!
Porque deve o cárcere do homem ser formoso?
Se ele o impede de voar!

E se eu pudesse desfaze-lo?
Dizer aos tecidos: Desfaçam-se como cinzas!
Alguém lembraria de mim?
Sou bonita o suficiente para existir?

Minha gaiola humanóide não me cabe!
A vastidão do céu azul é mais convidativa
Que compartilhar algum décimo da eternidade
Com prisioneiros débeis e tristemente corrompidos.

Tanto dura meu exílio!
Nas tardes quentes deste verão
Despenca o sol no horizonte
E sinto-me igualmente caindo, sumindo!

Delicada demais para que me sintam
Infeliz demais para sorrir novamente
Diferente... Como ninguém nunca foi.
Condenável, solitária e presa...

by: Katrina De Salem

sábado, 24 de julho de 2010

Tragédia Amorosa

Horas amargas sucedem esta triste decadência
No furor das ondas ferventes deste oceano
Poluído pelas lágrimas, santificado pelas estrelas
Tão puro como o orvalho que sorve a rosa matinal

O ardor que te matava, te fazia suspirar
Agora que já é frio, é tortura, te irrita, te perturba.
Não mais queres o rosto que beijastes
Já não jura-lhe amor como outrora o fez

Ser-lhe-ia o mais belo dos amores, dizia...
Mas agora passado o tempo, já não ama teu Romeu
O desprezo é delicado, diz ela, ao coração que dói.
_ Esquecer-me ele irá, se não o fizer, dar-lhe-ei as razões.

No meio do mar ele navega, engolido pelo monstro azul
Em busca de um horizonte, o infinito que não alcança
A humilde embarcação se perde no corpo marítimo
Quebrou-se um coração, uma alma, um barco.

Ondas suaves devolvem a terra um corpo já frio
Tragédia amorosa, só na morte, descobriu-se o afeto
Molhado do mar, molhado de dor, molhado por pranto
A donzela agora jura casar-se enfim com seu defunto.

Sem mais pudores beija os lábios tingidos de azul
Azul com o céu, azul como o mar! Azul como os olhos
Não chores mulher aflita! Toma teu próprio remédio:
_ Esquece-lo tu irás, se não o fizer, surgir-lhe-ão as razões.


By: Katrina De Salem

Medos



Medo!
Do escuro... Que me sorve!
Como um compulsivo se afogando no vinho.
Da noite! Que se arrasta e me cobre
Como lençóis pesados postos pra esconder uma desgraça

Cobrem o despedaçado de meus sonhos... A penúria.
A fome que tenho de um amor, um fantástico amor
Que liberte, me dê ares, me dê algo mais que a vida.
Esta fome que nunca é saciada, interminável. Inacabada.

Tenho medo da vida!
Porque temer a morte meu caro? Se ela é minha aliada!
A vida me força a sangrar, sou escrava dela, serva leal
Carregando sob o sol minhas lamúrias...

Meu medo também é das pessoas.
Este é meu maior temor. Deram-me a coroa de espinhos
Atiraram-me suas pedras mais pesadas... Cuspiram em mim.
Esfarraparam minha alma, me desnudaram. Tudo porque eu existo...

Qual teu medo afinal? Tu que te escondes nas sombras
Respirando como esta fosse a última vez, sob o fio da navalha
Neste teu derradeiro dissabor
A pungente dor te levou mais que lágrimas, trouxe mais que insônia

Deu-te medo!

By: Katrina De Salem

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Qual o gosto?

Se na escuridão de sombrios pensamentos perco-me
E em mares de escassez de vida eu me afogo
Sê-lo-ei bem mais que uma atormentada por feras
Mas uma vitima de mim mesma

Qual o ser que se devora para não ser devorado
Atirar-me-ei em rios e pedras
Para sorver da vida o ultimo gole de sorte
E fugir da realidade suprema que me cega

Qual o gosto que tem? Pergunto-lhe
Rios de sangue serpenteando o alvo pescoço
E os olhos luminosos ainda espreitando
Á espera do suspiro final

Que gosto tem a morte caro amigo?

O mesmo gosto, dir-lhe-ia, dos invernos mais longos
Onde tapetes brancos cobrem tudo melancolicamente
O mesmo gosto do grito que ainda ecoa
Pela rua nas madrugadas solitárias

Qual o gosto da eternidade?
O mesmo dos sonhos que outrora nos animavam
E hoje não passam de uma ilusão fugaz?
Ou o mesmo sabor do beijo jamais dado?

Qual o gosto enfim da tristeza?
Talvez tenha o mesmo da taça de vinho quente
Que nos acompanha inevitavelmente
Por estradas escuras de nossas mentes

Agora que saída tem a poetisa?
Senão se render às sombras e ao luar
E se declarar uma leiga nas perguntas mais simples
Nas filosofias mais falsas e profanas...

por: Katrina de Sálem

Sombra

A sombra se ajeita no lago
Onde a lua é calma e brilhante
Embala a alva senhora que dorme
No silencio que entoa em prece

Revoadas tornam aos ninhos
Antes que o alvorecer os alcance
Como almas que volvem aos corpos
Depois de vagarem sonâmbulos

Nada mais inquieta a sombra
Que dorme detrás do sol da manhã
Imperturbável e ininterrupta
Na luz dourada repousando

O violino que amor a ti declara
É o mesmo que fúnebre canta ao que jaz
Jura amores eternos nas notas duma escala
Dá adeus á sepultura em consternado lamento

Todo coração não é todo sombra
Tampouco todo luz o será
Mas que de amor transborde então
Pois todo amor o pode ser

A beleza que esta noite de fascínio tem
É o aguilhão do aflito solitário
O esplender noturno o sufoca
Pois no breu ele buscou seu refúgio...

No escuro ele encobre sua dor, seu medo
Mas a musa de prata impiedosa os mostra
Revela ao coração suas mazelas
Os pesadelos que fugiu por tanto tempo

As sombras não encobrem o que ele foi...

by: Katrina De Salem

domingo, 4 de julho de 2010

Sua

Raio da lua tocando-me o rosto
O toque delicado como o teu. És tu?
Terás tu pensado em mim?
Como tenho feito todas as noites
Igualmente sonho contigo
Vi-o ontem, abraçando-me tão ardente.

Assim como as ondas beijam a areia
Seus lábios beijaram os meus
Suaves, marcando-me, tentando-me
Incansáveis! Tua pele tão quente
Respiravas com tanto furor, murmurar de um oceano.
A prece de um imponente mar falando de amor
Ligando-me, como pequeno rio á você.

Sinto em mim algo teu, tua alma talvez
Estás sempre em mim! Incessante.
Mais perto de ti estou a cada noite
Próxima demais para já não amar
Resistir já não posso, não quero!
Eu sou cada vez mais sua... Como a presa e o caçador.

By: Katrina De Salem

Anjo

Anjo meu que voa
No céu gelado do inverno
Cortando estrelas e a lua
Silhueta angelical entre nuvens

Saístes de fendas infernais
E alcançastes com tuas asas
O ar puro de um paraíso
Jamais sonhado pela fé humana

Na minha solidão tu vens a mim
Tua voz é o vento que uiva
Um arrepio pela lembrança viva
Memória de nosso último beijo

Teus olhos, esmeraldas tão belas
Teu rosto! Tua perfeição só vejo em sonhos
Nas viagens delirantes que tenho
Nas noites que me visitas

Sem você, não há um amanhã
Minha estrela maior, desejo meu
Mesmo que nunca te alcance
Eternamente te amarei.

By: Katrina De Salem

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Meu Vampiro




Um vampiro corre na noite da eternidade
Se esconde , se esgueira, me persegue, me machuca
Ele me ama, me detesta, me quer e me rejeita
Doce criança das sombras, amor meu impossível.
O vampiro dos meus sonhos, que brinca em pesadelos

Seus olhos tão claros e selvagens me observam
A pele tão branca, cabelos tão leves , esvoaçantes
Atento a luz da lua, atento a queda da virgem
Sangrando meus pensamentos, em busca de meus segredos
Minha fraqueza, meu medo, domarás a dama incauta?

Em castelos distantes corremos, em busca do tempo perdido
Memórias abertas, revividas, sombra de algo antigo
Doze badaladas e o belo se transforma
Senhor das sombras revela seu nome á donzela
O sangue enfim cai nos lábios do lânguido vampiro

Vagando pela madrugada em busca de algo mais
Imagens se projetam na luz de cintilantes estrelas
Caça e caçador no baile da vida e da morte
Tempestade que cai e aquece nossos corpos vaporosos
O beijo que me foi dado, guardo ainda na mente
Rara beleza é a tua, raro amor é o nosso.

By: Katrina De Salem

Devoção




A chuva cairá sobre nós, mas serei teu abrigo
Nas noites mais frias cobrir-te-ei de amor
Dar-te-ei estrelas e uma lua toda prata
Retirarei espinhos do teu caminho
E jamais porás dedos em agudas armas

Se cair... Irei primeiro para te amparar
Se estiver escuro demais, incendeio minha alma
Se tiver sede, beberas de meu choro devoto
Se estiver faminta, comeras de minha carne

O mundo está nublado la fora minha criança
Não saia pra guerra sem teu escudeiro
Se o pecado for o caminho, morreremos profanos
Mas deixe-me morrer por ti... Me deixa ser teu mártir

Por: Um certo Lord a quem considero meu pai.

Lírios



Lírios, tão belos! Os quero pra mim.
Para cobrir meu sepulcro tão frio.
Na paixão do poeta que morre
Irei buscar na poesia um veneno

Em bosques nevoados te escondes
Guardando os lírios que são meus
Me dando uma morte tão lenta
De passos tão falhos e desacertados

Triste criatura que chora sozinha
Debatendo-se em interminável agonia
Mas ainda na escuridão da morte
Agarra os lírios e junto deles chora.

Esqueci minha humanidade de outrora
Sou monstruosa em meu isolamento
Meu grito ilegível atormenta quem o ouve
Só choro, só rezo, pra ter lírios no sepulcro.

Escondi-me nas sombras do esquecimento
Aguardei o fim da era dos homens
Lacrimejante, tão desejosa do fim
Mas no mortuário eu espero por lírios.

By: Katrina De Salem

Solidão VI

Minha alma fenece em campos distantes
Agoniza lentamente com o sol poente
Pinta o horizonte em tons de vermelho
Um cheiro tão mórbido de dor

O sino badala ao longe em sussurros
Um triste lamento ao indigente que desce
Nas terras pútridas do cemitério
Acompanhado por uma miséria cortante.

A quietude do mato cheirando a chuva
A noite caindo como pluma ao vento
Sombras dançantes me engolem na noite
E um grito ecoa de uma boca sem voz

Descalço e com medo, deitada entre pedras
Os olhos tão frios, sem nada enxergar
Um delírio de virgem que sonha
Um desejo de mal que de mim se apodera

A flor tão austera de campos Elíseos
Colhida pelas mãos de cruel predador
Não sabe que a luz é parte das sombras
Não sabe que caminho deve tomar

Na lama escura também nascem lírios
De extrema beleza e esplendor
Não se envenenam ou se corrompem
Assim então deverei eu ser.

By: Katrina De Salem

Poesia de Morte




Chorai!

Poeta meu de misérias infindáveis e imensuráveis.
Bebei na poesia o liquido sublime da vida
Mas nas sombras tu te perdes toda hora
Na blasfêmia vossa alma mendiga por piedade

Na noite te entregas ao vicio insano da carne
Abafando tuas entranhas tão frágeis e tão cheias de amor
Esquecestes o afago gentil da luz das manhãs de maio
O brilho dos mares já não impressionam vossos olhos frios

Um véu denso e escuro posto por nefasta senhora
Aos teus olhos tem cegado sem disto te aperceber
Punhaladas desferidas em cheio em vosso peito
Fazem-no morrer antes da hora!

Reuniste em luxuoso salão para um baile profano
Uma corte de sombras que te rodeiam e te querem
Arrastando-te para o obscuro abismo dos homens
Teus pés na louca dança, te traem te levando a armadilha

Caístes, pecador poeta da noite!

by: Katrina De Salem

O monstro



Pelas sombras de esquecida floresta
No silêncio augusto da mata
Estranha criatura se esquiva
Dos olhares cruéis da humanidade

Monstro de faces tristonhas
A murmurar qualquer coisa na noite
Chorando junto a um brilhante riacho
Lamentando-se diante da branca lua

Sua alma jamais encontrou descanso
Afoga a alma em cálice de dor
Bêbado de angustia agoniza na penumbra
Pelo sonho primaveril que jamais tivera

O amor nunca tocou-lhe a escura alma
Nenhuma mão ampara-lhe o pranto
Não há coração que do dele se compadeça
Delicado sorriso jamais o agraciou

Sua aparência grotesca a toda alma assusta
Mas no âmago miserável em sangria quer amar
Deseja com o coração em trapos abster-se das trevas
E na luz sadia um dia talvez dormir & sonhar.

By: Katrina De Salem

Farol



Mares negros tão revoltos
Murmurando chorosos na escuridão
A lua rainha se projetando em negras águas
Há um chamado distante que minha alma escuta

Na areia alva da praia
Deixei cair belas vestes que cobriam minha miséria
E revelei a noite toda minha tristeza oculta
Por fora, jardim alegre de primaveras perdidas.

Por dentro, mortuário abandonado, se desfazendo.

Naveguei pelas estrelas do céu
Em busca de uma cura pra almas que choram
Encontrei um sono que adormece o espírito e a dor
Um sono entorpecente que seduz e enlaça

Mar que me chama ao longe
Diz-me: Há eternidade para quem tem dor?
Para sempre serei a estrela decadente da madrugada?
Porque meu coração não se cala?

Alguém me falou de esperança
Um sentimento estranho, uma certeza do futuro.
Um farol no meio das violentas tempestades
Mas eu não tenho faróis em meus pesadelos.

By: Katrina De Salem

Cativeiro




Ao longo de tristes horas
Dedico minha alma a ti
Com pena,tinta e papel
Escrevo o que não disse
Uma magoa sem precedentes
Me fere a muito tempo
Ulcerando minhas entranhas
Que queimam nessa tortura
Me pedes para viver
Mas meu desejo é de morte
Me obrigas a te amar
Mas de ti agora tenho medo
Liberta-me de teu cativeiro
Deixa-me viver como ave solta
Definho em teu amor doente
Definho na tua obsessão de mim
Me matas quando me ama
Me envenenas ao pedir juras de amor
Não posso viver pra sempre
Nessa prisão que me armastes
O bem que tu mais adoras
Precisa deixar-te e ser feliz
Abre mão de tua boneca
E deixa a boneca sorrir.



By: Katrina De Salem

Sarau no Mato



Na magia da noite enluarada
Sob a claridade das estrelas douradas
Criaturas rodopiam no ar
Como faíscas de sonho azul

A música então ressoa
Nas arvores de antiga floresta
Uma festa de espíritos passados
Uma festa a luz da deusa lua

Quem tem olhos de homem não vê
Mas quem enxerga com a alma
É convidado de honra na noite
No sarau encantado do mato.

By: Katrina De Salem

Coração de Gelo

Dizem sem medo, que não amo
Que na minha negra alma
Corre um veneno amargo
Que de minhas faces... Nunca foram vistas lágrimas.

Dizem sem duvida, que não sou humana.
Que nesta carcaça carnal
Abriga-se uma força maligna
Que se alimenta de sombras... E detesta a sadia luz.

Dizem com convicção, que tenho poderes
E que deles faço uso
Pra escolher meus escravos
Meus enamorados são vitimas... De meu terrível capricho.

Falam ainda por fim, Que meu coração é de gelo
E temem que eu ao menos tenha um
Pobres almas tão perdidas!
Eu amo! Amo muito... Mas não a nenhum de vocês.

By: Katrina De Salem

Noturna Paixão

Na noite que embala o mundo
Pelos espelhos de um lago gelado
Vejo espectros efêmeros dançando
Esperando que alguém os repare

O vento gemendo tão triste
Abraça uma árvore dormente
Carrega na leveza a memória
De um náufrago em ilha distante

A lua no céu deslizando
No baile noturno de máscaras
Onde o feio afinal é belo
E a morte de vida se disfarça

Nos pesadelos de um sonâmbulo
Um fantasma de olhos vermelhos
Reclama uma antiga divida
De um amor juvenil mal pago

Felinos pelas sombras caminham
Atentos aos movimentos de espíritos
Um morto me toca gentil
E me saúda com beijo fúnebre

Estrelas no céu profundo
De rostos antigos e amáveis
Velhas amigas de outrora
Que costumam me ver cair

Na noite minha alma descansa
Das amarras carnais que a atam
E nos braços de um monstro lunar
Vai em busca de paixões obscuras.

Paixão ardente é minha!
Noturna, Soturna, Taciturna.
Sombria, solitária, gentil e vivaz.
Que morre e revive nas cinzas do sol

Amo a noite, as sombras, a morte
Em galáxias me perco a pensar
Em nebulosas navego sem tempo
E volto, acordando do sonho.

By: Katrina De Salem

Falso Ídolo

Ao meu falso amor dedico uma nota
Uma lágrima, uma poesia, um adeus talvez
Um sonho quebrado numa noite fria
Por palavras de amor que não eram pra mim

Ilusão minha, digo-te agora, em juramento
Amar, te amei, e suspirei pelo teu nome
Sonhar, sonhei, tentando chegar a ti
Traístes, traiu, o amor de alguém que chora

Ilegítima paixão minha que nasceu
De uns versos estranhos e doentios
E morreu, em estrofes de luxúria ardente
Não por mim, por outra.

Amargo é o gosto de lágrimas assim
Oriundas de um coração que se parte
Fragmentando-se, sumindo afinal
Assim como tu... Falso ídolo que cai.

By: Katrina De Salem

Brisa

Oh brisa que agita as folhas
Brisa suave da noite que cai
Acariciando flores pendidas
Mortas pelo entardecer frio

Doce navegar de Zéfiro
Acalentando com sutil sopro
Estrelas, astros que giram
No noturno céu de novembro

Levai de mim a tristeza
Que fere este coração que é meu
Destranque essas correntes
Que o faz prisioneiro das sombras

No teu toque de amor natural
Diga-me então: Onde anda a morte?
Que não veio quando a chamei
Não ouviu meus gritos como uivos

Terás tu, dobrado bem antes
E não levou meu apelo sonoro
Ao anjo negro e infernal
Que por aí vaga sem me notar?

By: Katrina De Salem

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Conto de Amor da Donzela & o Fantasma




Por Miss Katrina de Salem ( Larissa Rodrigues ) & Lord Assis



Miss Laryssa Rodrigues diz:

"Uma moça andando por uma floresta coberta pela névoa, com pequenas pétalas de flores brancas flutuando pelo ar frio, vez ou outra um relinchar de unicórnios, Ela os procura, só encontrando troncos grossos de árvores... novamente outro barulho... " _

Lord Assis diz:

"... Seus passos são fortes, mas dóceis ao encontro do chão, tudo com uma pesada delicadeza, suas mãos se enchem do mais puro orvalho que se une as pequenas gotas de suor de sua pele, como um perfume inodor que fascina a qualquer um que a encontre, nos grossos troncos da floresta de cristal..."


Miss Laryssa Rodrigues diz:

“Agora a donzela encontra *The Forgotten Castle...
Adentra as portas que rangem, como que a lamentar um passado não muito distante...”



Lord Assis diz:

“Perdida, mas sabe que por ali já entrou”.
“Já passou por aquele solo”


Miss Laryssa Rodrigues diz:

“Chama por alguém, sem, no entanto obter resposta... Apenas cortinas velhas dançando sem se importar pelo vento frio que as toca”

Lord Assis diz:

“Algumas das velas se apagam ao seu redor, as outras continuam a chorar cera na pequena poça de água logo abaixo, especialmente para isto. O vento acaricia o seu belo rosto, mas só sente um frio quando este percorre apenas a sua espinha”

Miss Laryssa Rodrigues diz:
“Máscaras de festa pelo chão, lembranças por todos os lados, algo fez os bailarinos deixarem repentinamente aquele lugar. A pequenina mão trêmula pelo frio busca uma das máscaras que embora coberta pelo pó, é bela. Espere! Um vulto por um corredor a chama! Que belo vulto, parecia convidá-la a dançar! Será um fantasma?”

Lord Assis diz:
“Ela caminha na sua direção, ela caminha para o nada, e nada ali encontra nem ao menos esperança, sua cabeça cai como seus ombros, então o silencio padece em um pequeno sussurro em seu ouvido, ela não consegue identificar o que lhe é falado, mas reconhece a voz”

Miss Laryssa Rodrigues diz:

“Os olhos vivazes pela esperança nova que lhe sopra o coração, buscam pelo ar um rosto que lhe seja familiar. Talvez o mesmo rosto que via em suas visões e sonhos mais lindos. O amor que nunca encontrara. Nada encontra novamente... Uma lágrima quente corta o frio do rosto angelical. Será que está mesmo sozinha? Neste lugar tão obscuro! Onde nem a morte quis ficar.”

Lord Assis diz:

“ por toda sua vida, sentiu um vazio dominar o âmago de seus sentimentos, se sentia incompleta, sem razão para estar vivendo, mas neste momento, tudo isto até agora não a importava, nem consegui se lembrar disto, pois neste instante não se sentia mais assim”

Miss Laryssa Rodrigues diz:

“No final no longo corredor, em meio a névoa inquieta, o escuro se rompe, dando-lhe a visão de seu fantasma. Sussurros ecoam por todo o lugar, nada que fizesse sentido, apenas frases sobre solidão, morte, tristeza. As pernas ergueram-na com rapidez, sem pensar, correu o mais podia, seguindo seu amor fantasmagórico.”

Lord Assis diz:
“Ela corria, corria desesperada, como nunca antes havia feito, como se sua vida dependesse disto, estica seu braço em direção a sua visão de amor, mas a cada vez mais próximo, ela sentia como se estivesse mais distante, ele aos poucos some, se unindo a poeira que é levada pelo vento. Ao se deparar com esta situação, vê-se fraca”

Miss Laryssa Rodrigues diz:

“Mas ela não queria mais a luz. Queria as sombras! Onde melhor podia vê-lo! Mesmo que passasse toda sua vida caminhando com solidão pelas passagens daquele castelo, para ter sua visão que nada dura, mas que dizia amá-la. Quis morrer! Morrer e fazer parte do nada com ele... Deitou-se no chão sem pensar, e esperou, esperou a chegada do anjo mortal, esperou pra ver-se livre com ele dançar nas sombras”

Lord Assis diz:
“Deitada, em suas mãos um cálice prateado, com vinho adulterado pelo veneno que trazia consigo, e logo vem sofrido o seu último suspiro, pelo o menos isto achava, em sua mente a voz se repetia, e agora dizia: "venha para mim, venha dançar comigo em seus sonhos", a poeira com o tempo tomou lugar ao pútrido corpo da amante sem coração, pois agora ela se via feliz.”


Miss Laryssa Rodrigues diz:

Fim...

*Forgotten Castle – Faixa do disco Zero Project – Fairy Tale
apreciávamos este álbum enquanto escrevíamos.
Album disponivel em:

http://www.jamendo.com/br/?m=player&url=album/60457

sábado, 12 de junho de 2010

Antigas novas dores - Amor -

Porque tanta lágrima em meu rosto?
Pranto que rola com tanta angústia
Meus olhos gritam sem fazer eco
Gritam na dor que me trouxestes

Tão breve me é o amor
Morre de súbito, assim me matando.
Corrompe as entranhas já tão doentes
Arranca-me as carnes já retorcidas

Porque tu afinal?
Tua poesia me trouxe luz
E assim também levou-me a vida
Roubou as cores que me emprestou

Bem me avisara meu monstro onírico
Que amor nada cura, só contamina.
Maldito seja o veneno que cuspiu
Sobre as feridas de meu coração!

Volta pras tuas sombras
A escuridão de onde saiu
Retorna pra tua musa
Que erroneamente sonhei ser eu

Porque então ainda choro?
Se nada fizestes de diferente!
Como outrem, me trouxe alegria
E bem depois, decepção.

Mais uma vez, traí a verdade
Com a utopia tão fraca do amor
Pensando ter tu quebrado minha armadura
Derretido o gelo que me amaldiçoa

Meu inverno não acabou
Apenas começa o novo ciclo
De dores mais fortes, lágrimas caindo
E tu foste meu arauto da dor nesta hora.

Começa minha chuva torrencial
Cinza está o céu e oscilante o firmamento
A temporada de horror começa
Com a lágrima que caí solitária.

By: Katrina De Salem

Tentação


Deixa-me desfrutar de teu verde olhar,
Caminhar pelos campos que nele vejo,
Perder-me nas estradas de tua mente misteriosa
Enquanto sonho com tua pele, teu toque, teu suspiro.

Quero fundir minha alma com a tua,
Habitar teu corpo, habitar teu santuário.
Fixar morada em teu coração...
Teu coração!

Tão frio, escuro, inocente, afável e arredio.

Misturando-se a tua figura soturna, cruel.
Essa casca que te veste,
Te tornando tão mais pavoroso do que é.
Diga-me, que sabores esconde tua boca pequena?
Que lamentos tu abafa? Que gemidos tu oculta de mim
Quando toco lasciva tua pele pálida e tão fria?

Me fale, que prazeres teu corpo omite?
Revela-me teu abraço, teu toque, teu beijo!
Se nada de mim pretendes, porque segue-me nos sonhos?
Que diabrura tu deseja afinal?

Tentar donzelas com teu porte escultural, levar a loucura?

Me prende em teus braços, deixa-me cobrir-me com teus fios claros...
Vampiro insano... Tão bruto és na paixão
Tens a mim, tu já o sabes. Porque então essa hesitação?
Rouba-me! Rouba-me pra longe
Contigo vou até as profundezas se preciso for

Tudo! Tudo para viver contigo esse amor.

By: Katrina De Salem
Dedicada á Victor -

Anjo

Quem és tu? Face formosa!
Assaltando os pensamentos meus
Nas tardes de brisa tão fresca
Sob a luz de ouro do sol

Que perfume é esse que sinto?
Das flores desses meus sonhos
Como se teu corpo abraçasse
Numa demente ilusão

Acaso és tu o meu anjo?
Enviado a sanar minhas dores
Curas uma e me traz outra:
A dor de angelical paixão!

By: Katrina De Salem

domingo, 6 de junho de 2010

Veneno


Sangue...

Que corre frio nas veias
Rios gelados de puro veneno
Levando mágoas ao coração
Infectando as entranhas orgânicas

Fluido rubro tão meu
Leve pros lábios de meu vampiro
Uma gota mortal, fatal.
Que paralise seus sentimentos

Que o amor seja eterno
Como outrora foram as estrelas
Que congele no tempo nosso beijo
E sejamos um do outro

Infindas lágrimas caíram
Pela saudade, tempo e distância.
Nada mais tenho em mim
Pois levastes meu âmago

No meio das noites frias
Desperto eu de meus sonhos
Chorando, buscando teu corpo
Encontrando um vazio morto

Apenas meu sangue ainda circula...
Ainda meu sangue circula.

By: Katrina De Salem

terça-feira, 1 de junho de 2010

O Anjo e a Morte


Lá está o anjo triste no meio da noite
Sentado sozinho na sepultura
Tão frio! Sem medo, sem vida.
A boca muda, a palavra morta.

Há uma solidão sem fim que grita
Em ruas desertas na madrugada
Olhos assustados assistem
Mas a alma permanece intacta

Flagelos de coração morto
A taça de vinho quebrada
O silencio após a festa
O fracasso após o sonho

Somos um só raio de luz
Incapaz de vencer as sombras
Uma vela solitária na tempestade
Fraca, exposta, apagando...

Então vem o punhal
Vem o sangue quente rolando
Vem o suspiro final da virgem
E o Anjo levanta e nos leva

Lágrimas como rios
Fluem pra longe de mim
Eis o meu anjo da morte
Eis o meu anjo amigo

By: Katrina De Salem

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Canção da saudade


Flauta doce que desliza no vento inconstante
Navegas sozinha no acalanto tristonho das ondas
Um saudoso se ilude com uma terra distante
E os olhos escuros, tão frios, nada mais alcançam.

Teu pensamento saudoso surfando no ar
Tocando tão gélido um rosto querido
Que em resposta se molha de triste pranto
Se perdendo na lembrança do escuro mar

“Pra longe de mim zarpou meu amor
Num navio sem velas, num porto sem volta
Seu vulto de anjo ainda me sonda na noite
E uma voz me diz pra não chorar” – Canta a donzela sem cores

Nauta tristonho fenecendo nas sombras
Um farolete brilhante na noite avisa um sonho
Miragem no mar, delírio nostálgico, fantasia!
Cantai teus amores preparando um velório

“ Não chores anjo meu de faces taciturnas
Na escura madrugada em meio a maresia
Encontro-te nos devaneios meus de amor
Embriagado de nostalgia, te perco e choro” _ Responde solitário Nauta.

By: Katrina De Salem

P.s: Inspirado em algumas poesias de Casimiro De Abreu

Morte


A morte veio negra e nefasta
Carnes pútridas despencam,rolam no chão
Odores angustiantes pesteiam o ar pesado
A foice não para de ceifar, incansável.

Morte!

Uma lágrima de dor cai a meia noite
Doze badaladas e uma saudade que não dorme
Um anjo vagando pela estrada sem fim
Anunciando a chegada da morte

Um sino ao longe badala tristonho
Lamenta um defunto sem vida na cova
Um uivo adora a lua no céu de estrelas
E a morte continua a eterna jornada

Morte!

A morte e a vida se tocam, se confundem
Como uma imagem no espelho da vida
Morrer é viver e viver é morrer
Um veneno que mata e cura

O sangue não pode parar de cair
Cascata vermelha e podre a jorrar
Uma lembrança, um velório, uma carta talvez
A dor, a magoa, e um inevitável Adeus

Morte!

A virgem no leito de sonhos espera
A chegada da dama negra do mundo
Ela teme, ela chora, ela não quer ir embora
Mas a morte não espera nem perdoa

A todos ela quer, a todos ela chama
Ela não escolhe santo ou profano
Ela apenas toma o que nos foi dado
Ela chega sem aviso e é inevitável

Morte!

By: Katrina De Salem

Você...


Raios da lua atravessam minha alma
As sombras em mim tornaram-se vivas
São monstros debaixo da cama
São vozes me chamando lá fora

Tão longe!

O anjo da morte afinal chegou
Beijou-me o rosto, me carregou
Voamos pelo céu frio da madrugada
Sem nenhum sol ameaçando a escuridão

Tão longe!

Você! Só você!

Fez-me despertar do sono eterno
Trouxe-me de volta a vida com sua poesia
Deu-me o bálsamo pras feridas
Deu-me uma nova esperança

Tua arte me abrasando como o fogo
Dando cores à minha existência monocromática
Alimentando minha alma com palavras
Vestindo-me a nudez com teus versos

Suas sombras me confortam na solidão
Seu amor finda o inverno que jaz aqui
Mesmo que por alguns instantes
Sinto-me viva com tua presença

Retornando na tua ausência, ao túmulo meu.

By: Katrina De Salem

p.s: Dedico-a a você, meu poeta...

Amor Taciturno


Querido, as sombras não mais me assustam!
Me mostre a escuridão do seu coração secreto
Deixe-me provar do amargor que tens em ti
Me permita ser e sentir você e sua dor

Tome minha alma, sorva-a até o último gole
Envolva meu ser com tua fúnebre aura
Alimente-me com a inocência de um amanhecer
Me embriague com teu hálito de orvalho

Não mais tenho medo de olhar em teus olhos
De ver tua frieza e tua solidão vividas com ardor
Não mais me assusto com teus pesadelos
Não mais me importo com tua boca obscura

Me deixa tocar tua pele tão fria e tão alva
Me beije, me dê seu veneno negro e fatal
Molhe meus lábios com teu beijo
Me afoga no teu abraço soturno

Seja minha vida, meu luar, minha estrela
Seja meu barco nesta tempestade interminável
Seja a sombra atrás da porta
A silhueta desenhada em minha cama

Amo tua escuridão, Amo tua obscuridade
Quero te seguir, te acompanhar, ser sua!
Se a eternidade existir, Deixe-me vive-la
Com você.

By: Katrina De Salem

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Expulsos da estrela


Tão triste nascemos na lama do mundo
No meio de odores corrompendo a alma
E mesmo humanos tornamo-nos monstros
Monstros carentes de amor, cruéis e tão frágeis.

Abra os olhos meu poeta!
Vejamos a lua hoje no céu em clarão
Sigamos a trilha perdida dos elfos.
A estrela distante nos chama no além

Lemúria!

Esqueçamos as dores pungentes de outrora
A existência terrena que fracassou como sonho
Dê-me vossa mão e voemos sem medo
Sumamos na linha horizontal azul

Escuta o chamado de almas afins
Um canto entoado pelos iguais pra um encontro
Cantemos também a canção numa só voz
Cantai! Chorai! Mas chorai junto a mim!

Ancestrais na floresta nos mostram o caminho
Ainda resta um pouco de fé dentro de mim
Usemos então, não posso perdê-la!
Não me deixe meu caro, sem ti perco a rota!

Lemúria!

Sigamos a estrela que brilhou para nós
Dizem que lá a dor não existe
Um portão abrir-se-á aos filhos de mística pátria
E um campo de prata nos recebe enfim

Um choro sem fim toma os nostálgicos
Que caem por terra beijando o chão
Meu coração está em Lemúria
A terra antiga imaculada e encantada.

by: Katrina De Salem

Misérias


Alma que sangra em triste outono
Declarando amor á escuridão
Triste náufrago tão saudoso
De sua terra entoando uma canção

Flor de inverno que brota em sangue
Cobrindo o túmulo do vampiro solitário
O pranto caindo sem cessar com a chuva
Molhando um cadáver frio no mortuário

Tantas misérias possui uma alma
Refletindo á noite nas sombras da lua
Feridas, espinhos que na memória guarda
Mostrando crueldade quando se acha nua

Em trapos se arrasta nas sombras a fora
Lacrimosa criatura em busca de mentiras
Pobre monstro infernal almejando paraíso
Fere a todos, fere a si, grita,morre, chora!

By : Katrina De Salem

Sentenças

A taça no chão quebrada
O vinho manchando o tapete
A música repete sem dança
A lágrima cai gelada e brilhante
Um raio de luar me toca
Um grito de um lobo ecoa
A lua no céu me procura
O sonho ainda não acabou
Meus olhos ainda esperam
Um anjo que me traga esperança
É noite e tenho medo
Debaixo da cama um monstro...
Na rua uma luz vermelha sinaliza
É hora de deixar este mundo e voar
Ir para onde meu coração mandar
Liberdade e pureza, eu os quero
Tristeza e raiva, eu os tenho...
Meu martírio, minha sina
Sentenças que faço sem medo

By: Katrina De Salem

terça-feira, 18 de maio de 2010

Vampiros - Eles Existem!


Os vampiros

De: Katrina de Sálem e Lorde Victor

Vampiros... Eles existem! Estão por toda parte, espreitando nossos pensamentos, observando nossas ações e cuidando para que continuemos crendo no mito, na mentira, na lenda. Eles nos perseguem nos sonhos, sondam nossas mentes, perfuram nossas almas. Estão lá, se esgueirando pelas sombras da noite, escondidos, próximos demais, próximos o bastante para acharmos que não estão lá.
Sempre em busca de viverem em sociedade, camuflados... Nos fazendo crer que somos os únicos aqui. Fazendo-nos pensar que amantes da noite, do sangue, de tudo que é mortífero, mórbido, aterrorizante... Não existem. Tudo pela preservação das espécies, para que tenhamos a tola sensação de estarmos no topo da cadeia alimentar. Eles sentem o perfume de uma alma obscura... Vêem-na como se esta fosse uma luz em meio a um oceano escuro, a seduzem, a veneram, a conquistam e a domam. Sentem e se impregnam nela como se dali tirassem a força vital para continuarem sendo belos, fortes e nefastos. Eles compartilham de carícias para com aqueles que os amam, dão-lhes rosas vermelhas, beijos na alma, carícias em forma de brisa, estrelas que caem, sonhos tenebrosos e um mundo incrivelmente infernal, belo... Paradisíaco... Eles aprisionam e manipulam como bem querem. O mito e a lenda é apenas uma capa colocada propositalmente sobre um segredo... Um segredo essencialmente perigoso. E todo aquele que o descortinar, será punido com morte. Por isso, continuemos crendo que não existem, e assim, nos manteremos vivos.

Obs: Texto fictício... Será?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Passagem


Tão efêmera é a existência humana

Qual a flor que se abre ao dia

E ao entardecer pende triste ao vento

Sem ao mundo deixar lembranças


Quão sem importância é o poeta

Quais os astros que iluminam o céu

Brilham e somem a luz da aurora

Sem com isso serem notados


Tão ilusório é o amor para vós

Nasce pequeno em um só coração

Machuca e abre feridas cruéis

Matando aos poucos tão sem valor


A morte! Apenas ela é verdadeira

Ceifa os fracos e os fortes num mesmo barco

Liberta as aves prisioneiras do preconceito

E Livra-se dos despojos carnais tão pesados.


Por isso, dela sou amante.


By: Katrina De Salem

Pequena Poesia de Sonhadores


Que farei eu neste meu triste poema?
Como irei respirar se roubas meu ar?
Como poderei dormir se me tiras o sono?
Como irei viver se sem ti prefiro morrer?

Por ti navego sozinha nas águas revoltas
De um mar inquieto que não domino
Afogo-me nele, me perco nas ondas.
E volvo a areia já sem lucidez

Naufraguei nos oceanos de tua ternura
E na ilha de onde não há resgate
Dedico o tempo a contemplar tua memória
Bebendo da fonte de interminável saudade

Queiram os Deuses o nosso encontro
Que nos braços teus hei de calar meu choro
Saciar minha sede na boca que é tua
E quem sabe por fim sentir-me completa

Zarpemos a terra natal dos ancestrais
Levemos conosco os sonhos de outrora
E vivas comigo cada nascer e pôr-do-sol
Onde o tempo é uma teoria ilusória

Por: Katrina De Salem

Dedico-a á ti, meu anjo de terras longínquas.

TE AMO!

Vampirismo


Dama sombria eu sou
Solitária amante noturna
Nas sombras minha alma ficou
Presa na sorumbática urna

Sozinha nos arredores duma rua
Espreito a indefesa presa agora
Escondida no brilho da lua
Eu o segui, sei onde ele mora

Tua vida fluindo em corrente
Um rio me banhando vital
Estou no domínio da mente
Desta bela espécie animal

Sorria criança humana!
Tua senhora agora ordena
Sou tua Deusa profana
És o escravo da cena

Espectros amáveis se curvam
A corte da noite se forma
Na floresta os lobos uivam
E tua vida me mantém morna

No topo me achas reinando
Aos meus pés a raça odiosa
Suas almas podres sangrando
E acredite: Estou sendo piedosa!

By: Katrina De Salem

Meu Gótico


Por entre os túmulos acinzentados
Deitado sob as flores inertes
Ele chorava pra mim em silêncio
Ao mesmo tempo que cantava

A saudosa trova de amor
Em bom francês entoava
A mão no peito tão pálido
Espremia intangível dor

Seus lábios tão frios calaram-se
No beijo de amor que lhe dei
A resistência enfim extinguiu-se
E com a chuva passou a cair

Tão belo estavas tu anjo gótico
Na boca tão rubra o sangue
Em teus olhos translúcidos os sonhos
Em teu corpo esguio meu desejo

Sorvei comigo a taça derradeira
Entrega a mim vosso amor
E deixemos a noite acalmar
Os suspiros loucos de doente amor

By: Katrina De Salem