Se na escuridão de sombrios pensamentos perco-me
E em mares de escassez de vida eu me afogo
Sê-lo-ei bem mais que uma atormentada por feras
Mas uma vitima de mim mesma
Qual o ser que se devora para não ser devorado
Atirar-me-ei em rios e pedras
Para sorver da vida o ultimo gole de sorte
E fugir da realidade suprema que me cega
Qual o gosto que tem? Pergunto-lhe
Rios de sangue serpenteando o alvo pescoço
E os olhos luminosos ainda espreitando
Á espera do suspiro final
Que gosto tem a morte caro amigo?
O mesmo gosto, dir-lhe-ia, dos invernos mais longos
Onde tapetes brancos cobrem tudo melancolicamente
O mesmo gosto do grito que ainda ecoa
Pela rua nas madrugadas solitárias
Qual o gosto da eternidade?
O mesmo dos sonhos que outrora nos animavam
E hoje não passam de uma ilusão fugaz?
Ou o mesmo sabor do beijo jamais dado?
Qual o gosto enfim da tristeza?
Talvez tenha o mesmo da taça de vinho quente
Que nos acompanha inevitavelmente
Por estradas escuras de nossas mentes
Agora que saída tem a poetisa?
Senão se render às sombras e ao luar
E se declarar uma leiga nas perguntas mais simples
Nas filosofias mais falsas e profanas...
por: Katrina de Sálem
Notes From The Field (Part 1)
Há 9 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário