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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sombra

A sombra se ajeita no lago
Onde a lua é calma e brilhante
Embala a alva senhora que dorme
No silencio que entoa em prece

Revoadas tornam aos ninhos
Antes que o alvorecer os alcance
Como almas que volvem aos corpos
Depois de vagarem sonâmbulos

Nada mais inquieta a sombra
Que dorme detrás do sol da manhã
Imperturbável e ininterrupta
Na luz dourada repousando

O violino que amor a ti declara
É o mesmo que fúnebre canta ao que jaz
Jura amores eternos nas notas duma escala
Dá adeus á sepultura em consternado lamento

Todo coração não é todo sombra
Tampouco todo luz o será
Mas que de amor transborde então
Pois todo amor o pode ser

A beleza que esta noite de fascínio tem
É o aguilhão do aflito solitário
O esplender noturno o sufoca
Pois no breu ele buscou seu refúgio...

No escuro ele encobre sua dor, seu medo
Mas a musa de prata impiedosa os mostra
Revela ao coração suas mazelas
Os pesadelos que fugiu por tanto tempo

As sombras não encobrem o que ele foi...

by: Katrina De Salem

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