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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Noturna Paixão

Na noite que embala o mundo
Pelos espelhos de um lago gelado
Vejo espectros efêmeros dançando
Esperando que alguém os repare

O vento gemendo tão triste
Abraça uma árvore dormente
Carrega na leveza a memória
De um náufrago em ilha distante

A lua no céu deslizando
No baile noturno de máscaras
Onde o feio afinal é belo
E a morte de vida se disfarça

Nos pesadelos de um sonâmbulo
Um fantasma de olhos vermelhos
Reclama uma antiga divida
De um amor juvenil mal pago

Felinos pelas sombras caminham
Atentos aos movimentos de espíritos
Um morto me toca gentil
E me saúda com beijo fúnebre

Estrelas no céu profundo
De rostos antigos e amáveis
Velhas amigas de outrora
Que costumam me ver cair

Na noite minha alma descansa
Das amarras carnais que a atam
E nos braços de um monstro lunar
Vai em busca de paixões obscuras.

Paixão ardente é minha!
Noturna, Soturna, Taciturna.
Sombria, solitária, gentil e vivaz.
Que morre e revive nas cinzas do sol

Amo a noite, as sombras, a morte
Em galáxias me perco a pensar
Em nebulosas navego sem tempo
E volto, acordando do sonho.

By: Katrina De Salem

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