Horas amargas sucedem esta triste decadência
No furor das ondas ferventes deste oceano
Poluído pelas lágrimas, santificado pelas estrelas
Tão puro como o orvalho que sorve a rosa matinal
O ardor que te matava, te fazia suspirar
Agora que já é frio, é tortura, te irrita, te perturba.
Não mais queres o rosto que beijastes
Já não jura-lhe amor como outrora o fez
Ser-lhe-ia o mais belo dos amores, dizia...
Mas agora passado o tempo, já não ama teu Romeu
O desprezo é delicado, diz ela, ao coração que dói.
_ Esquecer-me ele irá, se não o fizer, dar-lhe-ei as razões.
No meio do mar ele navega, engolido pelo monstro azul
Em busca de um horizonte, o infinito que não alcança
A humilde embarcação se perde no corpo marítimo
Quebrou-se um coração, uma alma, um barco.
Ondas suaves devolvem a terra um corpo já frio
Tragédia amorosa, só na morte, descobriu-se o afeto
Molhado do mar, molhado de dor, molhado por pranto
A donzela agora jura casar-se enfim com seu defunto.
Sem mais pudores beija os lábios tingidos de azul
Azul com o céu, azul como o mar! Azul como os olhos
Não chores mulher aflita! Toma teu próprio remédio:
_ Esquece-lo tu irás, se não o fizer, surgir-lhe-ão as razões.
By: Katrina De Salem
Notes From The Field (Part 1)
Há 9 anos