sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Eu conheço todos os meus medos
A voz
Por: Katrina De Salem
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Nada Absoluto
Prisão
Sobre mim
Estrela
Estrada de Estrelas
Caminhos
by:Katrina De Salem
Convites
Tristeza
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Máculas de Anjo
Valsa
Sempre
Vazia
By: Katrina De Salem
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Todos só querem ser salvos
quinta-feira, 28 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
Morto
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Lembranças
Lembranças... Do Sonho, o último!
A queda dos olhos diante do cenário
Contaminado pelo sofrimento
A brutal sensação de medo
Os fantasmas que nos rodeiam
Seus rostos translúcidos
Somente são desejos insaciados
O desejo louco de beber
Uma dose de lua clara
Degustar doces estrelas
Das escuras madrugadas de julho
O Gosto dos lábios proibidos
Ansiados antes do último Adeus
A inquietante busca, a resposta q não veio
O último outono tão frio e fresco
Precede o inverno mais intenso e branco
Lembranças... Do medo
De quando o chão sai dos seus pés
E o corpo experimenta seu vôo mais alto
O toque da pele, som de correnteza.
Castelos caindo por terra por dentro
Abraçados por um ardente por do sol
O mais sangrento de todos!
Aterrorizante espetáculo
A tão esperada luta
Lembranças... De ruas vazias, desertas.
Afundadas em solidão que dorme
Um demônio pronto pra sair
Solidão estendendo gentil a mão
Para que caiamos novamente
No perturbador som do nada
Lembranças... Do grito de quem atravessa os mundos
Triste hora! A de deixar tudo para trás
A mais inocente fantasia
Incapaz de viver para sempre!
Mas amada mesmo depois de morta
A dor, intensa e passageira.
A que sempre me atormenta
A cada minuto de uma existência inútil
Mas o fardo é só meu...
Lembrança da mais agradável brisa
Do perfume mais inebriante
Das flores mais exuberantes da manhã
Um barco que zarpe pra terra dos sonhos
O último barco!
Que deixei de tomar Por medo de lembranças...
BY: Ely & Katrina De Salem
Pedidos
Toca-me!
Suave como seda
Como a luz da lua
Faísca de estrela
Cerra os olhos
Sente o palpitar
De quando estás comigo
Corrida desenfreada
Dance!
Vestido de sombras
Patinando no ar
Anjo caído
Sentimento intenso
Voar sobre oceanos
Queda livre entre nuvens
Por do sol no Saara.
Decifra-me!
Rasgando-me com teus olhos
Lendo minha alma em mistério
Beija-me com amor
Siga-me!
Na trilha da floresta
Entre elfos, entre magia
Onde sonhos são reais.
Entrega-te!
A canção que escutas
Falando-te de um romance
Puro e níveo como neve
Sussurra-me!
Teus segredos obscuros
Teus sonhos mais estranhos
Dorme em meu colo
Ama-me!
Como trovador ama os versos
Com a suave dor da paixão
Liberdade e pureza do amor
By: Katrina De Salem
I have to go...
Cortou-me o peito
Deixar-lhe em lágrimas
Tão frias, tão cristalinas
Ofuscando o que via
Toda sua beleza
Morrendo aos poucos
Olhos tristes me diziam
Que havia amor
Lábios trêmulos me beijavam
Pois ainda havia amor
No coração solitário
Que carrego comigo
Na quietude noturna
A silhueta triste na janela
Esperando-me surgir
Dizer que voltei
“Boa noite, sonhe comigo”
Um beijo, uma despedida
As gotas de sangue
Pintadas de negro nas sombras
Arderam-me quando caíram
Ele sangrou, eu sangrei
Morri devagar
Mas não poderia ficar!
Tudo que conhecia
Sumiu bruscamente
Só haveria uma estrada
Guiando-me pra longe
No meio de estrelas
Distantes galáxias!
Esqueceria de ti
Do azul do teu céu
Dos olhos escuros que tens
Sensação de nostalgia
De algo que deixei
Que só recordarei em sonhos.
By: Katrina De Salem
terça-feira, 13 de março de 2012
Lamento
Oh querido! Tu caíste sem mim...
Ninguém acreditou nas suas lágrimas
Eles não o deixaram ser livre
Não viram o que vi, o que vejo em ti
As sombras deram-lhe o abraço mortal
Beijaram-te como nunca fiz
E tu caíste na escuridão eterna
Sem sonhar com o romper da noite
Nossos sonhos tornaram-se pó
Tua fraqueza sem mim foi tua inimiga
Tão perdido! Solitário, algoz e vítima.
De novo tu caíste! E não pude te amparar.
O vírus letal do ódio te tomou
Roubou de mim os teus sonhos
Tirou de nós nossos beijos
Tornou a noite mais negra
A adaga que tens em teu peito
Também é cravada no meu
As lágrimas que derramou
Caíram ácidas sobre mim
O que tu deixou intacto de nós?
Que parte a escuridão velou?
Anjo de asas ensangüentadas
Preferiu as sombras...
by:Katrina De Salem
Olhares
Ele me viu!
Com seus olhos de adaga
Rasgou o véu de mistério
Viu-me como nunca ninguém viu
Olhou-se por dentro
Sorriu-me um sorriso de caçador
Mostrei-me a ele
Cada parte de meu ser, ele viu
Éramos iguais
Nossa nudez era semelhante
E juntos éramos o mesmo organismo
Respirávamos juntos
Almas nuas e juntas
Seres de mesma espécie
Filhos da mesma pátria
Donos dos mesmos tesouros.
Todos os medos revelados
Sonhos, anseios, saudades
Tudo ele enxergou e não temeu
Sorriu e disse: Somos iguais.
by:Katrina De Salem
Verso único - Canto da Sereia
sexta-feira, 2 de março de 2012
Outono
Folhas tingidas de marrom
Estalam enquanto dançam
Brisa fria as abraça
Chuva fina as derruba
Olhos tão tristes ele tem!
E a tudo olhava absorto
Perdido em labirintos
Á deriva de si mesmo
Sonhos pela calçada
Pesadelos detrás da porta
Feridas que não se curam
Um mundo que acabou
Alma tão triste ele tem!
E me deixa assistir
Enquanto morre-se de amor
Tingido pelo outono.
by:Katrina De Salem
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Ataques oníricos
Lua de sangue no céu
Feitiço de morte no ar
Uma bruxa e um caldeirão
Maldição e pesadelos
Fantasmas rondando a janela
Vultos sonoros na madrugada
A cama da donzela é velada
Por um anjo de asas de luz
A torre do inimigo se abala
A maldade grita frustrada
Lágrimas frias escorrem no rosto
E o coração recolhe-se na sombra.
by:Katrina De Salem
B.
Nas tardes douradas
Nas noites estreladas
Na madrugada serena
Eu penso em você
Um doce vício
Pequeno delírio
Sonho de amor
Que aprendi a viver
Um pensamento
Um devaneio
De paixão, de bem querer
Por certo de Amor
Arrebatador eu sei
Tomando-me sem medo
Profundo e viral
Enraizando-se, fixando-se
Dizem todas as poesias
O nome que nos vem
Sem respeito a hora nenhuma
É o nome do amor
Percebo-me então
Sendo tua antes de tudo
Envolta nesta nuvem
Co’alma junto a ti
Esboçando o inexprimível
Com um punhado de letras
E ainda insaciada
Deste vício que é você.
By:Katrina De Salem
domingo, 20 de novembro de 2011
Escuridão
A escuridão o devora
Nas noites mais doces e claras
Pois ela desconhece a luz
Mas é perita em sua alma
Todas as entranhas e medos
Tão inutilmente escondidos
São apenas jogos, passatempos
Quando se tem a eternidade
Sopros mortais ao ouvido
Sussurros amigos, amigos?
Um último eco dilacerante
E uma perda sem fim
Que o consumirá eternamente
Como o desejo mais ardente
O vício mais enlouquecedor
by: Katrina De Salem
Flor
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Acalanto
Não chores, não me chame com lágrimas
Não quero navegar em rios até ti
Mas pelo ar, no som de teu riso!
Toque a lua em tua dança
Deixe-se abraçar pelo vento
E contigo estarei nesse momento
Ah! Não chores meu amor... Sorria apenas!
Quando deitar tua cabeça à noite
Lembra-te que te velo de longínqua estrela
E saberás que a chama que te guia
É um pedaço de nosso lar que carregas
Não me chame em gemidos tristonhos
Não quero precisar erguer teu rosto
Chama-me com amor e carinho
Que te darei doces beijos de aurora
Quando acordar de teus sonhos saudosos
Lembra-te que te guardo comigo
E o mundo perturbado que te cerca
É angustiosa ilusão terrena
Oh meu amor!
Não chores, não me chame com lágrimas
Não quero navegar nestes rios até ti
Mas pelo ar, no som de teu riso!
Castelo de areia
sábado, 21 de maio de 2011
O último Ato
As folhas caíram comigo
Incapaz de me reerguer
Faço do chão meu descanso
Esperando que a noite me cubra
Meu último espetáculo trágico
Terrivelmente ensaiado
Para comover e arrancar lágrimas
De uma estrela ou duas
Minha platéia impassível
Observando minha queda
Confinada em meu castelo
Esperando que as eras me consumissem
Quem sabe alguém me descubra
Já sem cores ou sem brilho
Como uma estrela que morreu
Sem dizer Adeus, sem aviso.
By:Katrina De Salem
Apelo do monstro
Ah se o homem soubesse!
Dos infortúnios que o espreita
Buscaria nas sombras o conforto
Onde os olhos nada vêem
Ah se tu soubesses meu anjo!
Das telas que pinto com o dedo
Das cabeças que rolam no chão
Como frutos podres desprendidos pelo vento
Nada haveria no mundo de bom
Para curar-te este assombro
Nem o inferno na mais bizarra era
Te arrancaria as náuseas que viverias comigo
Vá e grite a todos:
O monstro engolidor de homens vive
Cospe seus ossos depois de sugar-lhes a carne
Faminto famigerado que tudo come, devora...
Mas volte minha doce amada!
Para mim que te espero de braços abertos
Não te importas com o sangue em meus dedos
E toma este coração negro que é teu!
By:Katrina De Salem
quinta-feira, 17 de março de 2011
Estou em casa
Olhos abertos – Oh mundo tão triste!
Fecho os olhos – Estou em casa...
O vento me toca
Nas mãos de Zéfiro sou poeira de estrelas
Voltando, Zarpando, Navegando pra casa
Despeço-me, Dou-te Adeus, vou-me embora!
Ah! Estou em casa! Estou em casa!
A lua não é mais a mesma
Os campos não são como os teus
O povo sorri e é feliz
Ah! Estou em paz comigo!
O luar me toca!
Nas mãos de minha Deusa sou uma folha
Refletindo seu brilho sutil, amoroso.
Flutuando, planando, subindo, tocando o céu!
Desço, caio, volvo a terra, Estou em casa!
A fogueira consome memórias
Para trás minhas tristes lembranças
Faíscas que sobem aos céus, Doces preces!
Minha grande família cantando, pois voltei!
O fogo me toca!
Queima o passado banhado em choro
Nas chamas de meu Deus eu renasço!
Queimando, subindo, volvendo como cinza.
Ilumino, alimento-me, apago-me, retorno!
Ah, estou em casa, estou em festa!
sexta-feira, 11 de março de 2011
A carta 2
Tens visto querida? Aqueles astros vagarosos arrastando-se no espaço rumo á inexistência?
Como eles tenho vagado! No pico de agudas montanhas atiro-me nas pedras, espedaço-me, sangro, sofro e volto ao começo, inteiro. Poderias explicar-me este caso?
Como um homem pode atravessar a morte sem dela nada levar?
Os dias tem sido frios. Minhas lágrimas também... Todavia meu choro tem se esgotado. Acho que o pranto me foi tirado, mas a tristeza me acompanha nesta interminável caminhada por estes lodaçais imensuráveis. Às vezes singelas luzes brilham no céu noturno, talvez anunciando que a esperança não morreu, entretanto, surgem a seu bel prazer, e somem.
Tenho consumido meus sonhos, os últimos, para sobreviver.
Finjo o deleite de frutas frescas, risos de crianças, campos verdes, vilarejos alegres... Busco a loucura para amenizar a dureza da realidade. Nada de bom vinga deste solo venenoso, nada de belo rasga estes céus escuros, nenhum pássaro canta... Apenas ouço lamentos. Os meus.
Dói dentro de meu peito olhar o passado, o presente. Temo o futuro horrivelmente. Nenhum monstro me parece mais assombroso que este futuro. Oh! Como gostaria de implorar-lhe o aconchego do abraço, como criança que se perdeu pelas sombras do quintal e retorna ao colo da mãe queria eu retornar á ti. Ah! Mas o ódio ainda queima... Corrói-me as entranhas como letal vírus. Portanto, fica com teu mundo feliz, que ‘inda tenho que atirar-me muitas vezes destes picos... Oh meu bem, meu ódio não te toca! Não te fere! Fere-me e toca-me... Somente. E este amor enlouquecido que me conduz ao êxtase rasga-me! Como queria esquecê-lo! Tira-o de mim Deusa! Arranca-o como espinho! Tira-o! Tira-o de mim! ...
quarta-feira, 9 de março de 2011
O pagamento
Nada tenho! Brada o tolo
Remexendo-se na lama
Toda vida desgraçou
Com vícios e parvoíce
Fez os queridos chorarem
Fez dos excessos a lei
Nas noites tornou-se luxúria
Nos dias era avareza
Mas sábio é o tempo!
Que lhe tomou a beleza
Deu-lhe em troca a velhice
E um bom punhado de dores
O viril grosseiro e prepotente
Amanhã é um cão na sarjeta
Gritando: Nada tenho na vida!
Como o mais infeliz miserável
Todavia vem a morte lhe tocar
“Te enganas meu caro amigo
Ainda tens o trançado de tripas
Que te dão a imerecida vida”
As lágrimas que caem hoje
São por descuido e vulgaridade
Feliz aquele que do mundo se guarda
Pra dele não partilhar essa paga.
* Eis aqui uma carinhosa crítica aos que reclamam quando sofrem as conseqüências das próprias nefastas escolhas. :)
By:Katrina De Salem
Prece
Talvez em algum buraco negro
Engolido pelo tempo, isolado pelas sombras
Existe um anjo que outrora caiu
Aboliu primaveras e sentenciou o inverno
Os risos de verão agora são memórias
Abandonadas, jogadas, rasgadas.
O farol que rompia as trevas da noite
Como a existência perdeu o brilho
Restam murmúrios sorrateiros
Que o ferem como golpes vindos do nada
Um lamento sem fim de alguém
Será eu ou você?
Sejam minhas lágrimas um bálsamo
A tocar tuas pungentes feridas
Seja tua dor um pouco minha
Para que estejas mais uma vez comigo
A escuridão que te cobre como inviolável véu
A luz um dia há de rasgar!
E o anjo que outrora livre voava
Poderá novamente pelo ar navegar
Perdão se meu amor não o amparou
Se por decreto precisei partir
Mesmo que outra estrela seja tua morada
Nem ela me afasta de ti.
By: Katrina De Salem
Para alguém de muito, muito longe.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Exilados de Capela*
Houve um tempo em que sonhei
Que o inverno era brando
Como a voz que me guia na madrugada
Como a estrela que outrora vislumbrei
Algo em mim está perdido no espaço
Entre astros e galáxias vaga sem rumo
Uma saudade sem fim que dorme
Mas sonâmbula caminha em mim
Existe um fantasma debaixo da cama
Que me conta coisas de um passado
Eras remotas numa terra onírica
Onde a felicidade era coisa simples
Mas vá embora, sombra que descansa!
Deixa-me aqui na escuridão!
Neste mundo meu não há luz
Muito menos sabores como os que narra
Enquanto arrasto minhas frias correntes
Perco os pensamentos entre estrelas
Exilada, distante, sozinha...
Uma alma que se perdeu de seu bando.
By: Katrina De Salem
*(Os) Exilados de Capela - Livro espiritualista de Edgard Armond
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Caça & Caçador - Conto
Amigos e amigas, Creio nunca ter postado nada muito longo [ Contos ], este é um pedaço de algo que escrevi estes dias, irei postar a primeira parte dos meus escritos aqui, o restante... Será divulgado apenas quando estiverem impressos. Fiquem a vontade para comentar. A seguir, temos um começo de um romance [ romance?] um tanto quanto louco. A mesma cena é vista de dois ângulos, do nosso vilão [ não seria mocinho? talvez!] e nossa garota indefesa. Sou meio clichê com meus personagens, meus rapazes sempre tem cabelos compridos, olhos sensuais e minhas meninas sempre tem olhos meigos, cabelos escuros e são virgens u.u , Este sem dúvido não é meu melhor escrito, foi apenas um pequeno filme que criei na mente e resolvi escrever, Mas apreciem, usem seus paladares, sintam a textura e boa viagem!
Caça & Caçador
Por: Katrina de Salem (Larissa Rodrigues)
Parte I – A ninfa, o Caçador.
Ela:
As luzes piscavam na pista, corpos dançavam sensualmente, a fumaça de gelo seco era sacudida pelos pés, pessoas se beijavam, outras riam em mesas com amigos. Estava muito abafado e o E.B.M estava começando a me deixar tonta, resolvi subir, tomar ar fresco no terraço da danceteria. Blutengel estava tocando enquanto eu subia lentamente os degraus. Caminhei até a varanda, me apoiei nela e fiquei observando o mar ao longe, os navios ancorados e suas luzes, eram as únicas coisas naquela escuridão. O Mar bramia, eu não podia ouvir, mas sabia que ele não estava mudo. A lua branca o beijava, o tocava, e sei que o mar não a sentia. O bafejo do oceano me tocava ternamente. Eu sabia que meus amigos não notariam que eu não estava mais com eles... Estavam todos bêbados. O frio começou a me fazer se arrepender por ter ido com aquela saia de vinil, frustradamente fechei o bolero de mangas longas e tecido fino e me reclinei sobre a varanda. Ouvi passos atrás de mim, mas não me importei. Continuei a contemplar o céu e a escuridão, todavia senti-me estranha, a sensação que de me olhavam me incomodou e virei-me para o possível observador. Pelos Deuses! Eu tive certeza de que o que eu vi era irreal e se fosse real não era humano.
Desconcertada, apoiei-me na varanda, e o olhei, provavelmente minha expressão deve ter sido de timidez, medo talvez. Senti minhas pernas tremerem, o vento que começou fluir pareceu-me gélido, como o beijo de um cadáver. Aquela sensação de gelo tomou-me por completo, meus olhos só conseguiam vê-lo, apenas ele e nada mais, começou a ser torturante.
Ele devia ter 1.90, tinha cabelos negros lisos e longos, de mexas inteiriças, seu rosto era alvo, levemente arredondado no que tangia têmporas, testa, maçãs do rosto, mas afinava esculpindo o queixo. Seu nariz era fino, alongado como se algo de perfeito o tocasse. Os lábios cerrados eram retos, levemente cheios e rosados. Ele vestia um casaco, algo muito clássico, quase antigo. Devia gostar de moda vitoriana. Certamente o que mais me chamou atenção foi o olhar dele. Eram olhos azul-acinzentados, de cílios negros, longos sem curvatura. As sobrancelhas eram suaves, davam-lha algo de sensual. Ele me olhava a poucos metros de mim, seu olhar era como o de um caçador, parecia me estudar, me invadir. Pareceu-me que ele poderia saltar sobre mim e quem sabe sair voando comigo, ele sorriu. Um sorriso malvado e satisfeito e sentou-se num banco se cimento ao lado de um homem que o acompanhava. A julgar pelas roupas e modos, devia ser algum empregado dele. Dei as costas, tentando fugir daquele olhar arrepiante. Engoli a saliva, fiquei ofegante. Eu tinha que sair dali. Mas algo em mim estava curioso: De onde ele havia vindo? Eu nunca o vi ali! Com certeza era de fora, a aparência dele dizia isso. Será que falava minha língua? Logo o ouvi conversar com o homem, não falara em meu idioma, parecia outro. Apertei as mãos na varanda até doerem no concreto, e virei-me novamente, com muita lentidão tirei um dos pés do chão e tentei sair do lugar, ir embora. Ele levantou com rapidez e como se adivinhasse o que eu iria fazer, deu um passo á direita, e estava bem no meio do caminho para a escada, eu teria que passar bem perto dele. Eu precisava fugir, dei uns 5 passos, bem perto dele baixei o olhar, segurei o corre-mão e quando quase alcancei o primeiro degrau senti algo agarrando meu braço com muita força.
- Deusa!
-Hã? – Fiquei sem entender, ele me olhava, sorrindo, mas não gentilmente, parecia absorto.
- Deusa! A quero pra mim! – Ele sussurrou, tinha um pouco de sotaque.
- Me largue! – Tentei puxar meu braço, mas ele não deixou. Continuava a sorrir diabolicamente. Puxou-me para trás, afastando-me da escada, com o outro braço colou-me junto a seu corpo, sufocando-me. Vi-me gritando, agudo, esperneando, chutando-o, mas ele longe de se incomodar, sorria, como se eu fosse um presente nos seus braços. O homem falou algo, e ele perdeu um pouco a atenção, aproveitando eu fugi, desci as escadas com desespero e corri ao banheiro feminino. Entrando lá, comecei a chorar, meu coração chegava a doer de tão rápido que batia. Umas duas garotas retocavam a maquiagem, me olharam confusas, mas nada disseram. Passados alguns segundos recuperei-me. De repente a porta do banheiro veio a baixo, no lugar dela, surgiu ele. As meninas gritaram, enquanto ele entrava, elas saiam apavoradas. Peguei um pequeno vaso de flores artificiais do balcão e atirei nele, ele desviou-se sem esforço. Logo o homem que o acompanhava irrompeu no banheiro e puxando-o pelo braço pareceu o convencer a sair. Em pânico sai, não vi as pessoas dançando e esbarrei em todas que estava em meu caminho, as luzes me deixavam tonta, desorientada. Fui até a mesa onde estava minha bolsa, peguei-a, e sem explicar nada fui para a saída. Precisava ir para casa. Era quase meia noite e as ruas estavam vazias. Vi um carro importado passando por mim, parou bruscamente a vinte metros, e dele saiu o louco que me perseguia. Ele começou a correr até mim, fiz meu percurso de volta ao clube correndo, mas acabei tropeçando em algo. Ele era muito rápido, logo que cai ele chegou, levantou-me, meu joelho sangrava. Gritei o mais alto que pude, eu não conseguia pensar, não conseguia falar, só gritar, tentei bater nele mas ele nada sentia. Levou-me ao carro e lá, me colocou no banco de trás, sentou-se lá também, fechou a porta e falou algo pro homem, o carro começou a andar. Ele não tentou me tocar, deixou-me sentar, apenas me olhava e sorria.
Ele:
Sinceramente, não acreditei que neste país eu pudesse me divertir. Comprei a mansão próxima à praia apenas por indicação de meu mordomo e amigo Claudius. Naquela noite, eu iria conhecer a cidade e seus atrativos e não estava nem um pouco animado pra isso, mas por insistência de Claudius, arrumei-me com minha melhor roupa, e fui.
Chegamos a uma danceteria, estavam tocando minhas músicas preferidas, mas não havia nada de interessante, se quer quis beber. Vi uma escada, desejei saber onde ela me levaria. Sob os olhares espantados cruzei a pista agitada, as garotas me olhavam muito, creio que me destaquei ali. Degrau por degrau, a medida que os percorria, um belo terraço me surgia mas apenas no último eu veria meu prêmio.
Claudius logo sentou-se, eu não. Fiquei de pé, vendo aquela silhueta perfeita. Eu queria muito ver o rosto dela. Eu sempre tive tudo o que quis, e eu iria descobrir aquele rosto. Não sei como, ela pareceu sentir-me e voltou-se para mim. Fiquei extasiado, mas não demonstrei, apenas contemplei a mulher mais linda que já havia visto e tive certeza que ela seria minha, mesmo que ela corresse, chorasse, implorasse, mas seria minha e eu teria o amor dela. Há! Aqueles olhos brilhantes bruxulearam, os lábios cheios e sensuais entreabertos talvez dissessem algo, mas permaneceu muda. Ela enrubesceu, mas parecia ter medo de mim. Voltou-se para a vista novamente. Eu sabia que havia mexido com ela, sabia que os pensamentos dela eram meus e logo ela também seria. Sentei-me, e comentei sobre ela para Claudius, e esperei qualquer movimento dela, estava nervosa, incomodada, eu sentia. Isso era excitante pra mim. A pele dela era perfeita, de costas contemplei as curvas, as pernas, era sem dúvida muito atraente e pela insegurança de seu olhar e gestos, era pura também. Não demorou muito, ela moveu-se. Rapidamente fiquei de pé, me posicionei na frente da escada, se ela tentasse fugir, iria ser bem pra mim que viria. Vi o pé arrastar-se no chão, o salto da bota tocou-o sem ruir e ela veio caminhando lentamente, como uma ninfa em negras florestas. Não pude conter meu sorriso. Ela chegou bem perto de mim, pude sentir o perfume floral e delicado dela, a frágil donzela estava ao meu alcance. Minha mão fechou-se no braço dela, segurei-a com força. A fiz voltar seu caminho.
- Deusa! – Falei, depois de pensar muito, aquele idioma novo não era muito bem dominado por mim. Ela pareceu não entender, talvez pelo meu sotaque, mas falou algo, não tenho certeza, mas creio que me pediu para deixá-la em paz. Eu não podia! Ela iria descobrir que tudo o que Sir Christian deseja, Sir Christian tem. Trouxe para mim aquele corpo, apertei contra mim. Ela era minha! Claudius preocupado falou que eu estava machucando-a, por um descuido ela fugiu, mas eu a encontraria. Segui-a, eu a vi entrando no banheiro. Corri para lá, sem me importar com os resmungos de quem eu atropelava em minha corrida. Um golpe apenas e a porta estava no chão, eu a vi... Apenas ela. Acho que haviam garotas lá, não tenho certeza. Todavia, meu mordomo chegou, puxou-me pelo braço. Percebi que poderia arranjar problemas com a segurança e sai. Recolhido num lugar escuro, vi a minha ninfa pegar sua bolsa e sair. Sorri para claudius.
- Vamos atrás dela. – Disse para ele.
Já no carro, sentei-me ao lado de claudius, enquanto ele dirigia eu a seguia com os olhos. Pobre moça, estava tão assustada! Mas ela um dia me agradeceria. Mandei Claudius parar, desci. Minha caça correu, voltando, mas com aquele salto ela não iria longe, não precisei de muito para chegar até ela. Caída, vi que havia se machucado, tomei-a nos braços, seus gritos eram quase insuportáveis, mas tudo valeria a pena, eu tinha certeza. Coloquei-a no banco de trás, Claudius prevendo isso, deixara a porta aberta. Fechando-a, ordenei:
- Vamos! Vamos pra casa.
Ela chorava muito, muito mesmo. Estava apavorada, encolhida num canto do banco ela me olhava, parecia sentir ódio de mim naquele momento.
Mas eu estava feliz demais pra me incomodar com o ódio dela, eu apenas a queria perto de mim. Não a toquei, não queria que ela pensasse que eu iria obrigá-la a coisas indecentes, eu iria dar um jeito de que tudo acontecesse naturalmente, iria ter o amor dela, cuidar dela, e não deixar que ninguém se aproximasse de minha ninfa, eu iria eliminar quem tentasse, estava disposto a brigar com Deus se fosse preciso. Ah! Que Deus? Não acredito nele.
sábado, 27 de novembro de 2010
Marinheiro
Como irei respirar se roubas meu ar?
Como poderei dormir se me tiras o sono?
Como irei viver se sem ti prefiro morrer?
Por ti navego sozinha nas águas revoltas
De um mar inquieto que não domino
Afogo-me nele, me perco nas ondas.
E volvo a areia já sem lucidez
Naufraguei nos oceanos de tua ternura
E na ilha de onde não há resgate
Dedico o tempo a contemplar tua memória
Bebendo da fonte de interminável saudade
Queiram os Deuses o nosso encontro
Que nos braços teus hei de calar meu choro
Saciar minha sede na boca que é tua
E quem sabe por fim sentir-me completa
Zarpemos a terra natal dos ancestrais
Levemos conosco os sonhos de outrora
E vivas comigo cada nascer e pôr-do-sol
Onde o tempo não passará de ilusão.
Katrina De Salem
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Fragmento I
Capitão
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Elfo
Cadáver
Todos os dias, a mesma cena
Necrofilia
Pela tua boca pequena e cerrada
sábado, 9 de outubro de 2010
Que tal publicar seu conto?
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Ainda Acho-te
Ainda acho-te, suave brilho estelar!
No orvalho que reveste os campos
Que reluzem sob o véu da aurora
Como olhos que choram saudade
Nas ondas do mar em tormenta – te acho!
Navego sem ti na minh’alma
Busco-te no balanço manhoso d'oceano
De um navio fantasma a espera
Nas flores etéreas do mato
Nas pétalas oníricas suas
O perfume perdura intacto
Invicto no amor intocado.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Carta
Sem Título...
Ardei meu coração lascivo!
Nas chamas de vivaz fogo
Como se nesta dor achasse incentivo
Para a miserável vida que mingua
Consome labareda luxuriosa
Todo o sonho que vivo na sombra
Como se desta estrada pecaminosa
Dependesse meu inexistente alívio
Uma última luz na minha escuridão
Ainda insiste nesta minha intempérie
É a esperança que carrego em vão
De um dia livrar-me desta gleba
Já bem longe desta minha prisão
Pisando enfim na pátria sonhada
Ei de beijar com amor o chão
E com as lágrimas lavar a terra
By: Katrina De Salem